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Capital

Invasores são notificados a deixarem residencial na Cidade de Deus

Nadyenka Castro e Ricardo Campos Jr. | 23/03/2011 10:40

O prazo é de 10 dias

Meire, de blusa vermelha, disse que não vai obedecer a decisão judicial. (Foto: Simão Nogueira)
Meire, de blusa vermelha, disse que não vai obedecer a decisão judicial. (Foto: Simão Nogueira)

Dezesseis familias foram notificadas a deixar as casas que invadiram no residencial Pedro Teruel, construído para abrigar moradores da favela Cidade de Deus, em Campo Grande.

O documento assinado pela juíza Maria Izabel de Matos Rocha, em substituição na 6ª Vara de Fazenda e Registro Público, determina que estas pessoas saiam das casas em 10 dias.

Dois dos invasores, os irmãos Silvana e Júlio César da Silva, dizem que não vai deixar os imóveis que estão morando.

Os dois e Letícia Aparecida da Silva, 23 anos, também irmã de Silvana e Júlio, são apontados pela Emha (Empresa Municipal de Habitação) como os responsáveis pelas invasões.

No entanto, Letícia não invadiu nenhum imóvel. “Eu não invadi casa alguma. Estou no meu barraco ainda”, declarou.

Meire da Silva Batista, 29 anos, é outra invasora e disse que também não vai obedecer a ordem judicial. "A gente vai continuar dentro da casa. Se todos se unirem e resistir, vão ter que matar todo mundo".

Moradores da favela acusam a Emha de forjar o sorteio das primeiras 68 residências entregando imóveis para pessoas que não moravam no local.

Declaram ainda que um funcionário da Emha esteve na favela e disse que o órgão municipal iria dar materiais para que eles construíssem casas no terreno dos barracos.

Ao receberem a notificação de saída da casa, de mãos de representantes da Emha, os moradores disseram sobre a promessa e foram questionados se tinham alguma prova do que havia sido prometido.

A primeira fase do residencial Pedro Teruel foi inaugurada há três meses, sendo que 60 dias depois houve a invasão.

Resposta - O Campo Grande News tentou falar com o presidente da Emha Paulo Matos para falar sobre o assunto mas não conseguiu contatá-lo pelo celular.

Na reportagem publicada no último dia 24 de fevereiro ele disse, a respeito de uma possível fraude nna distribuição das casas, que o processo de sorteio e cadastro foi feito de forma transparente e todas as famílias beneficiadas eram moradoras da favela Cidade de Deus.

De acordo com ele, o número de famílias cadastradas no bairro é de 207 e o projeto vai abranger 362 residências que serão concluídas em etapas.

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