Investigação contra jogo do bicho está há 24 dias sem respostas
Máquinas do jogo do bicho foram apreendidas no dia 16 de outubro, em casa no Bairro Monte Castelo
Há exatos 24 dias, equipe do Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) descobriu cassino clandestino no Bairro Monte Castelo, resultando na apreensão de 700 máquinas utilizadas no jogo do bicho.
De lá para cá, a única movimentação anunciada pela Polícia Civil é que a investigação sobre o esquema ilegal ficará ao encargo de forma conjunta com os delegados da Dracco (Departamento de Repressão à Corrução e ao Crime Organizado).
A investigação conjunta foi informada ao Campo Grande News ontem, depois de repetidos questionamentos sobre a investigação. A assessoria acrescentou que a apuração corre em sigilo e que qualquer divulgação de informação relevante só ocorrerá se “não atrapalhar os trabalhos”.
Sendo conjunta, devem participar dos trabalhos Ana Cláudia Medina, titular da Dracco, além dos delegados Alexandro Mendes de Araújo e Thiago de Lucena e Silva.
Antes da informação da investigação conjunta dos delegados da Dracco, o assunto ficou “no limbo”. Dois dias depois do flagrante no cassino, o delegado-geral da PCMS, Roberto Gurgel estava em viagem aos Estados Unidos e avisou que “acompanhava situação” e queria iria analisar a situação quando chegasse, “de maneira técnica e jurídica”.
No dia seguinte, a investigação foi repassada ao Dracco, porém, manteve-se à deriva. A titular, Ana Cláudia Medina, chefe da unidade, estava em Botswana, na África Austral. A assessoria informou que o responsável seria o delegado Alexandro Mendes de Araújo, que assumiria o trabalho, mas, indagado pela reportagem, Araújo respondeu que “oficialmente não tinha essa informação” e que ainda não sabia dos trâmites.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil disse estar obedecendo aos prazos legais. Explicou que o delegado Fábio Peró, titular do Garras, levou cinco dias apenas para entregar relatório sobre o flagrante para a DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil), que também atuou dentro do prazo regulamentar, vencido no dia 25 de outubro de 2023.
Assim como o delegado segue sem dar explicações, o dono da casa com as 700 máquinas do jogo do bicho preferiu omitir o nome do locatário do imóvel. Na casa onde foram realizadas as buscas, o empresário Rodrigo Freire Silva de Souza disse que repassou as informações à polícia. Só acrescentou que foi uma surpresa saber que a casa era usada como cassino.
Enquanto isso, o jogo segue livre na cidade. No dia 24 de outubro, a reportagem do Campo Grande News percorreu alguns bairros e encontrou cinco pontos de apostas.
O flagrante – No dia 16 de outubro, uma equipe do Garras estava na região investigando detalhes de outro crime, quando atendeu denúncia de roubo cuja placa do carro usado pelos supostos criminosos foi anotada.
Ao receber o alerta, policiais que trabalhavam no Monte Castelo viram o veículo que teria sido usado no assalto em frente de uma casa e passaram a monitorar o local. Foi quando um motociclista deixou a residência e essa equipe à paisana decidiu segui-lo.
Os investigadores não conseguiram abordar o homem de moto e voltaram para o endereço onde o carro dos assaltantes havia sido deixado. O veículo já não estava mais no local, mas com a chegada de reforços, os policiais tocaram a campainha da casa.
Um homem atendeu, disse que estava ali para “jogar baralho” e quando as equipes entraram, havia outras pessoas no local, além das máquinas utilizadas para a coleta de apostas da loteria ilegal. Um major e um sargento da PM, ambos aposentados, estavam entre os nove conduzidos para interrogatório. Todos foram liberados.
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