Presos com contrabando de cigarros, policiais são demitidos
Ciro Dantas e Rodrigo Nunes foram absolvidos da acusação de peculato, mas passaram por processo disciplinar

Foram publicadas nesta quarta-feira (16), as demissões dos investigadores da Polícia Civil Ciro Dantas e Rodrigo Nunes Roque. Os dois foram presos em julho de 2023 por suspeita de peculato, mas acabaram sendo absolvidos da acusação quatro meses depois. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) chegou a recorrer, mas a decisão foi mantida pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal de Campo Grande.
RESUMO
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Os investigadores da Polícia Civil, Ciro Dantas e Rodrigo Nunes Roque, foram demitidos após um Processo Administrativo Disciplinar, apesar de terem sido absolvidos de acusações de peculato. A demissão foi publicada no Diário Oficial e assinada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Videira, que não detalhou os motivos. Ambos foram acusados de infrações graves que comprometeram a dignidade da função policial. Eles foram presos em julho de 2023 por suspeita de desvio de carga de cigarros contrabandeados, mas foram absolvidos em novembro do mesmo ano. A defesa dos investigadores aguarda notificação formal sobre a demissão para tomar as medidas cabíveis.
A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado e é assinada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Videira. No texto não é detalhado o motivo, mas relata que ambos os servidores passaram por PAD (Processo Administrativo Disciplinar) e foram excluídos do quadro permanente da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
Segundo o texto, eles foram demitidos por cometerem infrações graves como “negligência, desleixo ou omissão, atos que comprometam a dignidade da função policial e prática de atos que afetem a honra ou disciplina”.
O Campo Grande News procurou o secretário e a defesa dos acusados para saber se a determinação tem relação com o caso de peculato onde são acusados de desviar carga de cigarros contrabandeados do Paraguai. À reportagem, o advogado Márcio Messias Oliveira Sandim explicou que ainda não foi formalmente notificado sobre a decisão.
"A Banca Jurídica Márcio Sandim Advogados faz a defesa deles, e logo após sermos notificados, iremos tomar as medidas cabíveis em relação a recursos cabíveis. Temos decisões conflitantes entre judiciário e administrativo e iremos recorrer com toda certeza", afirmou Márcio. A reportagem agora aguarda o retorno do secretário.
Relembre – No dia 4 de julho de 2023, Ciro e Rodrigo foram presos pela suspeita do desvio da carga apreendida em Vista Alegre, distrito de Maracaju, cidade a 160 quilômetros de Campo Grande, no dia 29 de junho daquele ano.
O contrabandista Alexandre Leite do Nascimento foi quem acionou a PM (Polícia Militar) no dia da prisão, ao ver os carros que foram apreendidos com a carga com entrando em um barracão no Bairro Universitário. No local ele relatou que os investigadores, lotados na Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) foram os responsáveis pelo recolhimento do contrabando.
Rodrigo estava saindo do barracão em um Fiat Punto e foi identificado pelo contrabandista. Ciro estava dentro do imóvel junto com William Cícero Siqueira Ferreira onde estavam os veículos de Alexandre lotados de cigarros. Todos os envolvidos foram levados para a delegacia.
Os dois investigadores chegaram a ser afastados a função no dia 12 de julho daquele ano. Um PAD foi instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil e também uma ação onde foram denunciados pelo MP. O caso foi julgado e os servidores acabaram absolvidos em novembro de 2023 e retornaram ao serviço um mês depois.
Em julho do ano passado o MP entrou com recurso de apelação pedindo a reforma da sentença para que os dois fossem condenado, porém, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal mantiveram a absolvição de Ciro e Rodrigo. A decisão é de novembro de 2024. O caso transitou em julgado no dia 10 de dezembro do mesmo ano.
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