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Capital

Iphan autua prefeitura por abandono do complexo ferroviário

Medida foi tomada de maneira educativa e gestão tem 15 dias para emitir resposta

Por Natália Olliver | 11/04/2024 12:58
Madeiras no chão após o último desabamento  do abrigo de trem, no dia 7 de abril (Foto: Marcos Maluf)
Madeiras no chão após o último desabamento  do abrigo de trem, no dia 7 de abril (Foto: Marcos Maluf)

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) autuou a Prefeitura de Campo Grande por abandono do complexo ferroviário. A medida foi tomada em caráter educativo, após teto do antigo abrigo de trem cair no último domingo (7). A gestão tem 15 dias para apresentar uma resposta ao órgão, sob risco de ser multada. Segundo o Instituto, o local vem sofrendo deterioramento gradativo ao longo do anos.

O teto do local desabou com a chuva e ventania que atingiram a região. Moradores da Vila dos Ferroviários se preocupam com o destino do bem tombado. Conforme o superintendente do Iphan em Mato Grosso do Sul, João Santos, o Instituto está aberto a diálogos para trabalhar de maneira integrada com a Prefeitura na preservação do patrimônio cultural presente na região central de Campo Grande.

“Tivemos o desabamento no domingo e o Iphan, juntamente com a Secretaria de Cultura e Turismo, esteve no local, fazendo as primeiras fiscalizações. Ao mesmo tempo, a Defesa Civil seguiu os primeiros trâmites para o isolamento da área. Foi emitido um auto de infração de cunho educativo junto à Prefeitura, por ser a proprietária dos edifícios. Agora, o próximo passo é firmarmos o termo de compromisso”.

Superintendente do Iphan em Mato Grosso do Sul, João Santos (Foto: Divulgação)
Superintendente do Iphan em Mato Grosso do Sul, João Santos (Foto: Divulgação)

Nesta quarta-feira (10), a gestão municipal se reuniu com o representante do órgão no Estado. Ficou acordado que todos os envolvidos deverão trabalhar para preservar o patrimônio cultural histórico.

A ideia é planejar ações emergenciais com um projeto. O primeiro passo é a elaboração de estudos e projetos arquitetônicos que irão estruturar a futura obra de revitalização de todo o complexo da Esplanada Ferroviária.

Além de João, também estiveram presentes Marcelo Miglioli da Sisep (Secretaria Municipal de Obras), Mara Bethânia Gurgel da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) e Catiana Sabadin, da Sugepe (Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos).

A prefeita Adriane Lopes reiterou que o município deseja colaborar com os projetos para a revitalização total do espaço. “A Prefeitura tem o objetivo de preservar e quer que a população tenha acesso a esses locais, que são nosso patrimônio histórico e cultural. Por isso, o Executivo está à disposição com as equipes técnicas e fará esse compromisso para que no futuro esse complexo possa voltar a ter vida na Capital.”

Projeto Centro Cultural - De acordo com o João, todo o projeto será construído visando a preservação das edificações, a preservação da paisagem ferroviária e locais de livre acesso à população. O Iphan-MS e a Sectur estudam os detalhes do projeto. Há a possibilidade que a estrutura, que perdeu cobertura, e a rotunda sejam inclusas.

À reportagem, a Sectur informou por meio da assessoria de imprensa que, por ora, espera "a liberação do recurso para que seja aberta a licitação para que sejam desenvolvidos os projetos de engenharia e arquitetura" da proposta.

O valor liberado pelo Novo PAC Seleções será de R$ 800 mil. Ele vai custear apenas a parte executiva do projeto, e não a obra em si. Será preciso o poder público angariar mais verbas.

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