"Jamais queria que acabasse assim", diz jovem que atropelou suspeito de roubo

"Foi uma fatalidade que jamais eu ia querer que acabasse assim." A frase resume o sentimento do motorista envolvido no atropelamento que terminou com a morte de um suspeito na Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande (MS). Ele pediu para não ser identificado e agora tenta juntar ajuda para consertar o carro destruído no acidente.

O motorista contou ao Campo Grande News que os acontecimentos mudaram completamente sua rotina. O veículo, que era financiado, não tinha seguro e era seu único meio de transporte e instrumento de trabalho ficou totalmente destruído.

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"Os últimos acontecimentos mudaram completamente minha rotina e realmente abalaram minha vida. Recebi muitas mensagens de apoio, sou grato por cada palavra que me enviaram e está tendo um significado muito importante para mim nesse momento. Meu carro é o único meio de transporte que eu tenho, meu instrumento de trabalho ficou totalmente destruído. Ele é financiado, não tenho seguro e dependo dele para tudo. Ver isso acontecer com o meu único bem foi muito doloroso."

Sem condições de arcar sozinho com o conserto, ele abriu uma vaquinha para tentar recuperar o veículo.

"Eu nunca imaginei ter que pedir isso, mas nesse momento realmente eu preciso. Eu decidi abrir uma vaquinha para tentar arrumar o carro, conseguir voltar à minha vida normal. Qualquer ajuda será muito importante, muito bem-vinda e será usada exclusivamente para o conserto do carro. Quem puder compartilhar já me ajuda imensamente."

A frase que abre esta matéria é a forma como ele diz encarar o caso desde a noite do acidente. "Agradeço a Deus em primeiro lugar e também a todos que têm me enviado força. É que realmente não sei nem o que dizer."

Para ajudar, acesse o link da vaquinha, clicando aqui.

Relembre o caso - O atropelamento aconteceu na noite de quinta-feira (20), após o motorista ter o celular roubado por dois homens em uma motocicleta Honda Twister. A dupla fugiu e ele seguiu por duas quadras até o cruzamento da Avenida Eduardo Elias Zahran com a Rua Domingos Marquês. Conforme o boletim de ocorrência, o garupa fez menção de apontar uma arma. O motorista se abaixou, perdeu o controle do Fiat Punto e atingiu os dois.

O piloto da motocicleta era André Luiz dos Santos Júnior, de 18 anos, que morreu na hora, antes da chegada do socorro. Ele não tinha passagens criminais em Mato Grosso do Sul, segundo consulta policial. A identificação oficial foi confirmada nesta sexta-feira (21).

O garupa era Gustavo de Oliveira Santos, 19 anos, que também não tinha antecedentes. Ele cursava engenharia elétrica na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), mas, segundo conhecidos ouvidos pela reportagem, havia desistido das aulas neste semestre. Gustavo foi preso, encaminhado à Santa Casa sob escolta e estava com celulares de vítimas e um simulacro de arma.

Durante o atendimento da ocorrência, um inspetor de alunos de 24 anos apareceu no local e reconheceu a dupla como autora de outro roubo minutos antes, na Rua Arthur Jorge, quando quatro homens em duas motos o abordaram e um deles apontou uma arma antes de levar seu celular.

O caso foi registrado como roubo, homicídio culposo na direção de veículo, lesão corporal culposa e roubo majorado. A Polícia Civil investiga o envolvimento da dupla em outros assaltos e busca entender qual era a participação de cada um na série de crimes que antecedeu o atropelamento.

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