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Capital

Jamilzinho atribui frase de morte de "picolezeiro a governador" a uso de remédio

Questionado se foi mandante de crime, Jamil Name Filho disse que não resolve problemas dessa maneira

Silvia Frias | 18/07/2023 19:35
Jamil Name Filho no momento em que é perguntado da frase de matar de "picolezeiro a governador" (Foto: Henrique Kawaminami)
Jamil Name Filho no momento em que é perguntado da frase de matar de "picolezeiro a governador" (Foto: Henrique Kawaminami)

Ao negar o envolvimento na execução do estudante Matheus Coutinho Xavier, Jamil Name Filho disse que não tem “índole” para lidar com situações dessa maneira. Justificou a frase de matar “de picolezeiro a governador” a remédio de transtorno de ansiedade que usava de maneira compulsiva e até misturado com cerveja. “Não lembrava”.

“Jamilzinho” é o terceiro e último réu a prestar depoimento hoje. Também está sendo o mais longo dos interrogatórios. Começou às 17h30 e ainda não foi finalizado. Por várias vezes, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Juri, Aluizio Pereira dos Santos, pediu objetividade a ele, que emendava um assunto a outro.

Name tentou explicar a desavença que teria desencadeado a ordem de execução que teria como alvo inicial o ex-policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de Matheus Coutinho: o problema da venda das fazendas Figueira e Invernadinha em negociação intermediada pelo advogado Antônio Augusto de Souza Coelho.

Explicou que foi dado sinal de R$ 1 milhão e pelo menos três carros no acordo pela Figueira e que começaram a ocorrer problemas na negociação. Negou que tivesse ameaçado o advogado em jantar na casa dele, ao contrário: ele teria se defendido na discussão.

Também negou que considerou o fato de Paulo Xavier, o PX, ter ido trabalhar com Coelho como traição e o estopim para a ordem de execução. “Nunca tivemos nenhum problema, nenhum”.


No decorrer do depoimento, o juiz perguntou ao réu se ele foi mandante da execução que, segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), teria como alvo o ex-policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de Matheus Coutinho.

“Eu não fui mandante da morte do Paulo Xavier, nem da morte de ninguém. Graças a Deus, doutor, eu não tenho esse índole, essa, como vou dizer para o senhor, essa maneira de lidar com as coisas”, respondeu Name.

O magistrado questionou se Jamilzinho acredita que os tiros do fuzil AK 47 eram direcionados para Paulo Xavier. O réu elogiou o estudante, dizendo ser pessoa correta e lembrou que PX confirmou essa tese. “A gente não pode falar 100%, não vamos falar 99% que o alvo era o Paulo Xavier”.


Sobre a frase de matar de “picolezeiro a governador”, extraída de mensagem trocada por Jamilzinho com uma mulher, durante a investigação, o réu atribui ao uso de medicamento.

Justificou ter enfrentado vários problemas em 2010, levou vários golpes e o começou a usar Alprazolam, fármaco para distúrbios de ansiedade. “Comecei a tomar de forma excessiva, levava na carteira”, disse. Name contou que o remédio fazia efeito rápido, mas passou a surtir cada vez menos efeito. “Comecei a misturar ele com cerveja”, afirmou.

“Não lembrava do que escrevi, o que tinha feito”, afirmou. Name acrescentou ainda que não teria sentido guardar a mensagem. “Isso aí misturou com problemas que vinha carregando e acabei fazendo isso e guardando isso, o que é mais curioso”.

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