Júri acata tese de legítima defesa e inocenta suspeito de crime em Portugal

Os jurados aceitaram a alegação dos advogados de Weslley Ribeiro Primo de 22 anos, de que ele teria agido em legítima defesa pela morte de Virgílio da Silva Cabral, 66 anos, e absolveram o rapaz, levado a júri, desde a manhã desta quinta-feira (08) em Campo Grande.
O crime ocorreu ainda no dia 3 de maio de 2014 em Lisboa, Portugal. Na ocasião Weslley acertou 38 facadas na vítima e em seguida retornou para a Capital, onde morava anteriormente, mas acabou preso no dia 23 de julho de 2015, na casa da mãe, no bairro Aero Rancho.
O Ministério Público pedia a condenação do réu pelo crime de homicídio culposo qualificado por meio cruel – com pena mínima de 12 anos – mas que não foi aceita pelos jurados. Durante o depoimento Weslley alegou que teria agido em legitima defesa depois que a vítima teria começado a lhe assediar, passando a mão em suas pernas.
Weslley contou que recusou a investida e então foi ameaçado com uma faca pelo taxista, momento em que os dois começaram a brigar. Eles sustentou que agiu pois a vítima teria ameaçado sua "integridade física e dignidade sexual", ao tentar manter relações sexuais com ele a força.
Contudo, após concenso dos jurados o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, responsável pelo julgamento, revogou a liberdade provisória imposta ao réu como medida cautelar, durante o processo e anunciou a absolvição por volta das 14h25 desta quinta-feira (08).
O veredito saiu pouco mais de seis horas após o início do trabalhos, no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande. No entanto o Ministério Publico pode ainda tentar revogar a decisão na justiça.
Morte - A vítima que era taxista foi atingida no couro cabeludo, face, pescoço, tórax, abdômen e ombro direito e acabou com ferimentos na medula vertebral, veia jugular e artéria subclavicular, o que o levou morte.
Em seguida Weslley, que é natural de Campo Grande, retornou para a Capital, mas acabou preso no dia 23 de julho de 2015, na casa da mãe, no bairro Aero Rancho.
Por meio de decisão judicial, a denúncia feita contra ele em Portugal, foi recebida na Capital sul-mato-grossense e o caso tramitou na 1ª Vara do Tribunal do Júri, sendo que as testemunhas residentes em Portugal foram ouvidas pelo sistema de videoconferência.
O acusado foi citado e apresentou defesa, alegando que o crime foi cometido por legítima defesa e que não teve a intenção de matar e sim de se defender da vítima. Durante depoimento, alegou que conhecia a vítima há cerca de dois meses, e que ele e seus amigos sempre chamavam o taxista de 66 anos para fazer corridas quando saiam para aproveitar a noite na Capital portuguesa.
No dia da morte a vítima, por estar de folga, convidou Primo para sair. O ponto de encontro foi uma praça em Lisboa, eles iriam encontrar outros amigos do acusado, porém o taxista disse que precisava passar em casa para trocar de roupa, quando houve o suposto assédio.
Weslley acabou denunciado por homicídio qualificado por meio cruel. No dia 20 de julho de 2015, teve a prisão preventiva decretada, mas acabou solto, sob medida cautelar, em 23 de maio de 2016, por decisão da Justiça.