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Capital

Justiça ouve testemunhas de acusação em 1ª audiência do ‘Caso Nando’

Morador do Danúbio Azul há 20 anos, Nando acreditava que tinha o dever de proteger seu bairro, para isso, matava quem o incomodava

Luana Rodrigues | 02/05/2017 15:49
Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, é apontado pela polícia como autor da morte de 16 pessoas. (Foto: Marcos Ermínio)
Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, é apontado pela polícia como autor da morte de 16 pessoas. (Foto: Marcos Ermínio)

Sete testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça na primeira audiência do caso que envolve Luiz Alves Martins Filho, 50 anos, o Nando. Ele é acusado de ter matado pelo menos 16 pessoas em Campo Grande, entre os anos de 2012 e 2016, e ficou conhecido como um dos maiores serial killers do Estado, pela quantidade e a forma cruel como executava os crimes.

Entre as testemunhas ouvidas nesta primeira audiência foram interrogados dois delegados, Márcio Shiro Obara e Aline Gonçalves Sinnott, responsáveis, respectivamente, pela DEH (Delegacia Especializada na Investigação de Homicídios) e Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), além de cinco policiais civis, que participaram diretamente das investigações de 11 homicídios.

O teor dos depoimentos, tomados na segunda-feira da semana passada (24), não foi divulgado, já que o caso segue em segredo de Justiça.

Uma nova audiência está marcada para o dia 12 de junho, quando será o interrogatório de Nando, além de Michel Vilela Vieira, e Jean Marlon Dias Domingues, que também foram denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual) por participação nos crimes.

Nando, "o justiceiro" - Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, era morador conhecido no Danúbio Azul, região norte de Campo Grande. Pessoa simples, de conversa fácil e boa vontade. Isso até o dia 10 de novembro de 2016, quando a polícia descobriu que ele era uma espécie de “justiceiro” no bairro, responsável pela morte de 16 pessoas.

Durante as investigações, a polícia descobriu que essas vítimas faziam parte de um esquema que agia na região, sob o comando de Nando. Para ele, quem colocava em risco à “segurança” da comunidade deveria ser punido com a morte.

O bando aliciava adolescentes e jovens dependentes químicos para vender droga e se prostituir, em troco de pasta base de cocaína. As vítimas desapareciam quando se desentendiam com algum integrante do grupo ou tomavam atitudes que desagradavam o líder.

Depois de preso, Nando acabou confessando todos os crimes pelos quais é acusado, que inclui não só homicídios e ocultação de cadáver, mas também exploração sexual, inclusive de adolescentes, e tráfico de drogas.

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