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Capital

Luiz Afonso vai a júri no dia 3 de março, 8 meses após matar arquiteta

Marta Ferreira | 15/02/2011 08:41

Falta de recursos da defesa acelerou julgamento

Luiz Afonso chega para audiência no dia 7 de janeiro, quando confessou ter matado a esposa. (Foto: João Garrigó)
Luiz Afonso chega para audiência no dia 7 de janeiro, quando confessou ter matado a esposa. (Foto: João Garrigó)

Vai ser no dia 3 de março o júri de Luiz Afonso Santos de Andrade, 42 anos, réu confesso pelo assassinato da esposa, a arquiteta Eliane Nogueira, de 39 anos, encontrada carbonizada no próprio carro, no dia 2 de julho do ano passado, em uma rua do bairro Tiradentes, em Campo Grande.

O julgamento vai ocorrer 8 meses após o crime, prazo acelerado pela inexistência de recursos por parte da defesa de Luiz Afonso.

O réu admitiu em juízo, no dia 7 de janeiro, que matou a mulher por esganadura e colocou fogo no carro dela, destruindo o corpo parcialmente. Ao confessar o crime, atribuiu a uma discussão típica de casal em conflito. Eles estavam em fase de separação.

Luiz Afonso vai ser julgado por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Responderá, ainda, por destruição de cadáver.

A acusação, feita pelo Ministério Público Estadual e por um assistente de acusação contratado pela família da vítima, também queria que Luiz Afonso fosse julgado pelo crime de incêndio, por expor outras pessoas a risco quando colocou fogo no veículo.

O juiz do caso, Carlos Alberto Garcete,considerou que não houve prova de perigo comum, em razão de o veículo ter sido abandonado em um local ermo.

Histórico-Luiz Afonso está preso desde o dia do crime. Ele demorou 6 meses para confessar oficialmente ter matado a esposa. Antes, havia feito isso em uma conversa extraoficial com o delegado que investigou o caso, Wellington de Oliveira, do 4º Distrito Policial, no bairro Moreninhas.

A defesa de Luiz Afonso nunca tentou colocá-lo em liberdade após o crime. Nenhum pedido foi protocolado na Justiça.

Em estratégia considerada incomum por criminalistas ouvidos pelo Campo Grande News, a defesa também não recorreu da sentença de pronúncia para tentar atenuar as acusações.

A explicação dada pelo advogado Rui Lacerda de que a opção foi fazer a defesa de Luiz Afonso perante o júri.

Um dos argumentos apresentados é de que o então empresário, que era propietário de uma loja de iluminação, teria a intenção de também se matar, mas acabou desistindo após matar a espoas. O advogado defende que o crime não foi cometido por motivo torpe, o ciúmes alegado pela acusação, e sim durante uma briga de casal, que seria situação corriqueira entre Luiz Afonso e Eliane.

Sem recursos do réu, o andamento do caso foi mais rápido. Se houvesse um pedido para mudança da sentença de pronúncia, por exemplo, a solicitação teria de ser analisada primeiro pelo magistrado responsável e depois pelo Tribunal de Justiça, caso fosse negada. Esse trâmite costuma demorar meses, tempo que foi economizado com a decisão da defesa de Luiz Afonso de não apresentar recursos.

Foi solicitado pelo Ministério Público Estadual que sejam ouvidos em plenário um amigo e sócio de Eliane, o arquiteto Luiz Pedro Scalise, e ainda o irmão dela Wladimir Nogueira.

O júri será realizado faltando poucos dias para o aniversário de 43 anos do empresário, que é no dia 11 de março.

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