MPE faz coletiva amanhã sobre troca do coordenador do Gaeco
O MPE (Ministério Público do Estado) fará coletiva de imprensa amanhã sobre a saída do promotor Marcos Alex Vera de Oliveira da coordenação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Na entrevista, o procurador-geral de Justiça, Humberto Brites, deve anunciar o substituto.
Conforme a assessoria de imprensa do Ministério Público, o pedido para deixar o comando do grupo partiu do próprio promotor. Contudo, também há rumores de que a denúncia da operação Coffee Break, elaborada pelo Gaeco, foi considerada inconsistente e gerado conflito entre Brites e Marcos Alex. Outra análise é de que o promotor teria sofrido pressão e essa possibilidade levou à convocação nas redes sociais de um movimento a favor do promotor neste domingo.
A coletiva será amanhã, a partir das 14h, na PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), em Campo Grande. Não foi divulgado o nome do novo coordenador do Gaeco. O comando do grupo é um cargo de confiança e de livre nomeação de procurador-geral.
Antes da confirmação da saída do promotor, o distanciamento de Marcos Alex das investigações foi sinalizado pelas férias publicadas na edição de 7 de janeiro do Diário Oficial do MPE, já disponível na internet. Conforme a publicação, as férias compensatórias devem ser usufruídas nos períodos de 7 a 16 de janeiro e de 25 de janeiro a 3 de fevereiro.
O relatório da Coffee Break aponta envolvimento de dois ex-prefeitos, empresários e 13 vereadores na suposta compra de votos para cassar o mandato do prefeito Alcides Bernal (PP).
O documento, com 245 folhas, deu entrada no começo de dezembro na PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça). Com as férias do procurador-geral, os promotores que atuam na força-tarefa do MPE sobre a Lama Asfáltica foram designados para auxiliarem na análise.
A operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto e resultou, de imediato, no afastamento do então prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e do presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB).
A operação, que ainda deteve empresários e vereadores, surgiu após a imprensa divulgar gravações da ação da Polícia Federal. Na operação Lama Asfáltica, realizada em 9 de julho, a senha para a propina seria a expressão “tomar um cafezinho”.
Os áudios sinalizam a interferência do empresário João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda e apontado como líder do esquema, na votação em que os vereadores cassaram Bernal.
De acordo com as interceptações, assim que a sessão é encerrada, ele recebe inúmeras ligações parabenizando-o pela vitória. Bernal foi cassado por 23 votos a 6.