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Capital

MPE volta a pedir prisão preventiva de policial que matou comerciante

Aline dos Santos | 16/02/2017 08:40
Coberto com toalha, PRF deixa presídio no dia primeiro de fevereiro. (Foto: André Bittar)
Coberto com toalha, PRF deixa presídio no dia primeiro de fevereiro. (Foto: André Bittar)

O MPE (Ministério Público Estadual) pediu que seja, novamente, decretada a prisão preventiva do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, que matou um comerciante após briga de trânsito no dia 31 de dezembro em Campo Grande. No recurso, anexado ontem ao processo, o Ministério Público ainda pede que seja afastada a fixação de fiança.

O documento, assinado pela promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, também quer a reforma da decisão que rejeitou a denúncia de fraude processual. No local do crime, na Avenida Ernesto Geisel, o policial estava com uma camiseta listrada e parte do uniforme da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Ao se apresentar na delegacia, ele já usava o uniforme completo. Desta forma, o MPE aponta a fraude.

Para esclarecer detalhes da vestimenta e do trajeto do policial, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida, determinou que Ricardo prestasse novo depoimento. O policial foi ouvido novamente na terça-feira (dia 14).

No depoimento, ele contou que estava muito nervoso e não se recorda ao certo em que veículo e com quantas pessoas foi para o batalhão da PM (Polícia Militar). Depois, foi informado que iria para a delegacia e dito, não se lembra por quem, que colocasse seu equipamento (uniforme).

“Conforme se extrai dos autos, o acusado, em conluio com os demais policiais e delegado envolvidos, alegou, maliciosamente, que trajava sua farda no momento dos fatos, o que vai de encontro às provas acostadas aos autos”, aponta o MPE.

Sobre o novo pedido de prisão preventiva, o Ministério Público alega que permanece o risco de que “o denunciado torne a obstruir o bom andamento do processo”.

O comerciante Adriano Correia do Nascimento, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. Na versão do policial, que era lotado em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia e fez a abordagem após ter sido fechado. Nos depoimentos, ele reforçou que sempre se identificou como policial.

Ricardo Moon, 47 anos, foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. A denúncia do MPE chegou dia 23 de janeiro à 1ª Vara do Tribunal do Júri .

O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia primeiro de fevereiro.

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