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Capital

Mulher procura polícia para denunciar ameaça e descobre que está "morta"

Moradora de Campo Grande soube na delegacia que oficialmente ela morreu há dois anos

Por Bruna Marques | 20/10/2025 16:11


RESUMO

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Uma idosa de 60 anos viveu uma situação inusitada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ao descobrir que constava como morta no sistema da Polícia Civil. A descoberta ocorreu quando ela tentou registrar um boletim de ocorrência por ameaça, após um homem armado ter ido até sua residência. Na delegacia, a escrivã informou que não poderia registrar o boletim devido ao status de óbito no sistema. O caso chamou a atenção dos funcionários presentes, e a idosa foi orientada a procurar a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações para investigar possível uso indevido de seus dados.

Maria Ines Benitez Vaz, de 60 anos, passou por uma situação inusitada em Campo Grande. Ao procurar a delegacia para registrar um boletim de ocorrência, ela foi informada de que, segundo o sistema da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, ela está morta.

A informação veio à tona depois de uma ameaça. “Meu filho trabalha arrumando eletrônicos; ele fez uns quatro, cinco trabalhos para um homem e não recebeu. Aí o homem apareceu lá em casa bêbado e armado, dizendo que ia me matar e matar todo mundo.”

A idosa disse que o suspeito chegou a apontar o revólver para o rosto dela. “Mandei ele ir embora, falei para voltar no dia seguinte para resolvermos. Ele ficou batendo boca, mas os vizinhos começaram a sair e ele foi embora”.

Assustada, Maria decidiu procurar a delegacia no dia seguinte. “Cheguei ao meio-dia e saí de lá às quatro. Quando dei meu documento, a escrivã ficou olhando para mim, olhando no sistema e, depois de um tempo, disse: ‘Ah, não dá para fazer o boletim para a senhora’. Eu perguntei por quê. Ela respondeu: ‘A senhora está como morta aqui, está em óbito. Não tem como entrar no sistema’.”

Sem acreditar, Maria exigiu explicações. “Eu disse: ‘Não vou sair dessa delegacia enquanto não resolverem esse problema meu’. Aí chamaram o delegado. Ele deu risada e falou: ‘Se a gente não estivesse conversando com a senhora, ia achar que era um fantasma aqui’.”

Segundo a mulher, o delegado e a equipe chamaram testemunhas para confirmar o inusitado. “Havia umas dez pessoas lá: escrivão, delegado e mais gente. Me mostraram na tela: eu estava morta. Em todo o Estado de Mato Grosso do Sul, eu estava morta para a polícia”.

O delegado explicou que o erro seria corrigido internamente e orientou a mulher a procurar a DEDFAZ (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários). “Ele me disse que talvez alguém esteja usando meu nome para alguma coisa. Pode ser que tenham feito um seguro de vida ou algo em meu nome. Eu acho que me ‘mataram’ para tirar vantagem”, relatou.

Apesar da promessa de correção, ela não recebeu nenhum documento oficial. “Eles não quiseram me dar nada, disseram que era interno da delegacia. Eu saí de lá viva, mas até então eu estava morta. Se acontecer qualquer coisa comigo na rua, você entendeu, né?”

A idosa afirma que ficou abalada com a situação. “Eu tenho pressão alta. Fiquei muito assustada. Já tinha passado mal na quinta quando o homem foi lá em casa, armado. Depois, vou à delegacia e descubro que estou morta. Fiquei dois dias sem comer, com dor de cabeça, mal-estar danado. Quem é que passa por uma situação dessas?”

Maria contou que pretende retornar à delegacia de defraudações nesta semana para registrar um novo boletim sobre a ameaça e tentar entender quem a “matou” nos registros oficiais. “Eu vendo cartela do MS e recebo pensão do meu marido, que era policial. Vou atrás do que aconteceu porque isso não é normal".

Questionada, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) informou que, após consulta aos sistemas de identificação civil e criminal, a mulher citada aparece como viva, tendo seu último documento de identidade emitido em 2021. De acordo com o órgão, não há qualquer registro de óbito associado ao nome dela nos sistemas da Polícia Civil. A Sejusp não soube explicar o motivo da informação errada passada na delegacia.

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