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Capital

"Não tinha prática em manusear arma", diz delegado sobre homicídio em mecânica

Nesta quinta-feira, perícia e Polícia Civil estiveram na oficina onde funcionário foi morto com um tiro

Dayene Paz e Mariely Barros | 17/11/2022 11:42
Perícia e policiais em oficina durante a reconstituição. (Foto: Marcos Maluf)
Perícia e policiais em oficina durante a reconstituição. (Foto: Marcos Maluf)

Equipes da perícia e Polícia Civil estiveram na manhã desta quinta-feira (17), na oficina da BR-163, em Campo Grande, onde o funcionário Marcos da Costa Pedroso, de 32 anos, foi morto pelo dono da mecânica, Edson Castilho, 40 anos. Trata-se de uma reconstituição para confirmar se o tiro foi acidental. Durante a reprodução dos fatos, o delegado Rauali Kind Mascarenhas afirmou ter percebido que Edson não sabia manusear a arma de fogo.

Os fatos foram reproduzidos de acordo com duas versões, a de Edson - que participou da reconstituição - e de um funcionário que estava no local no momento do crime, no dia 28 de outubro. "Fomos hoje ao local porque saiu o laudo necroscópico, que mostra o trajeto da bala. O laudo mostra que o tiro entrou pelas costas e atingiu o fígado da vítima, causando a morte", pontuou Mascarenhas.

A reconstituição se fez necessária porque a vítima foi tirada do local (socorrida) e o autor do disparo também saiu. As equipes ficaram dentro do escritório, onde ocorreu o tiro. Agora, para concluir o caso, Rauali vai esperar o laudo da reconstituição, o da arma, pois Edson afirma que ela disparou sozinha, e da câmera de segurança que fica do lado de fora da oficina, que mostra o socorro rápido à vítima.

Peritos e policiais na oficina mecânica nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Peritos e policiais na oficina mecânica nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)

Para a polícia, Edson não tinha domínio do armamento e nem prática em manuseá-lo. Ele tem a posse há apenas um ano, mas não tem o porte da pistola 9 milímetros. "A Polícia Civil oficiou a Polícia Federal para verificar o local que ele indicou que guardaria essa arma quando ele recebeu o registro. Vamos verificar se essa arma estaria sendo armazenada no local indicado na PF e se constatar que não estava onde ele falou, vai responder por porte ilegal de arma".

No momento da reconstituição nesta manhã, a mãe de Marcos chegou no local. Bastante abalada e chorosa, ela acompanhou de longe o trabalho da polícia.

Entenda - No dia 7 de novembro, Edson se apresentou na delegacia, acompanhado de dois advogados e reafirmou a versão que manuseava a arma, quando ela disparou acidentalmente. Na data, foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar e responde em liberdade.

Kind explicou que não pediu a prisão porque Edson está colaborando com as investigações, sendo que entregou a arma e munições. Mesmo que as perícias e a reprodução simulada comprovem a versão, ele ainda continua indiciado pelo homicídio culposo.

Ao apresentar o cliente na delegacia, o advogado Willian Maksoud falou sobre o caso. "Ele manuseava a arma e acabou acertando as costas do amigo dele que estava sentado. Eles não tinham problemas, eram amigos há mais de oito anos e se tratavam como pai e filho", afirmou. Ainda, conforme o outro advogado, Cézar Maksoud, Edson não estava com o dedo no gatilho no momento, o que será provado pela perícia.

A família da vítima acredita na versão do empresário. “Ele era um amigo da família. Nós três trabalhamos juntos em uma concessionária, depois ele saiu e montou a oficina e levou o Marquinhos para trabalhar com ele. Os dois já trabalhavam juntos há 8 anos. Não conseguimos falar com ele, mas sei que está muito abalado”, disse o primo de Marcos, Rodrigo Mariano, de 42 anos.

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