Negociação termina com PM na porta de frigorífico e demissão de 40 trabalhadores
Trabalhadores alegam atrasos, mas empresa garante que tudo está sendo pago em dia
RESUMO
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A negociação entre um frigorífico e seus trabalhadores em Campo Grande terminou em confusão e demissão de 40 funcionários. O sindicato dos trabalhadores alegou irregularidades nas condições de trabalho e atrasos em benefícios, enquanto a empresa afirmou que tudo está em dia e que os trabalhadores chegaram de forma agressiva. A Polícia Militar foi chamada para acompanhar a retirada de pertences dos funcionários. O gestor do frigorífico garantiu que os direitos dos demitidos serão respeitados.
Negociação entre empresa e trabalhadores terminou em confusão na manhã desta sexta-feira (28) e demissão em massa. Até a Polícia Militar está no local, acompanhando os funcionários retirarem pertences. O frigorífico onde ocorreram os fatos fica às margens da BR-163, saída para São Paulo, em Campo Grande.
O presidente do STIC-CG (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Derivados de Campo Grande), Vilson Gimenes Gregório, conversou com o Campo Grande News na porta da empresa. Ele disse que foi ao local nesta manhã para negociação. "Sobre algumas irregularidades em cesta básica, transporte, equipamento de trabalho e condições de local de trabalho", disse Vilson.
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O presidente alega que a empresa é reincidente. "Manda embora e não paga. Não tem um técnico de segurança, um engenheiro de produção de trabalho, tirando que os funcionários têm que trazer os equipamentos de trabalho".
Vilson afirma que a tentativa de negociação se estende há dias. "Mas, quando chegamos hoje, o dono ameaçou, mandou para fora", afirma. "Eles [trabalhadores] agora precisam tirar lá de dentro os equipamentos que trazem de casa, como faqueiro, avental e outros, mas o dono ameaçou e chamou a polícia".
Os ânimos acabaram se alteraram no local, com discussões e troca de ameaças. Um dos funcionários do abate, Anderson Alves Dias, de 41 anos, afirmou que trabalha no local desde a abertura, há cerca de três meses. "Chegamos para correr atrás das coisas, porque está tudo irregular. O dono chegou aqui, dispensou todos nós e ameaçou dar tiro na minha cabeça", diz Anderson.
O funcionário alega que houve atrasos. "O auxílio do combustível atrasou, bônus não paga, está levando a gente com a barriga. Se a empresa não da conta de manter os funcionários, tem que fechar", completou.
O responsável técnico e gestor do frigorífico, Lucas Miranda Oliveira, também conversou com a reportagem. Ele disse que a empresa está aberta a negociação, mas os trabalhadores chegaram nesta manhã de forma agressiva.
Viemos trabalhar, havia bois para serem abatidos e o pessoal fez greve. Chegou de forma agressiva, querendo que a gente assinasse o contrato do sindicato. Jogou contrato na mesa, querendo invadir a empresa e então chamamos a PM", afirma.
Sobre a retirada de equipamentos, o gestor disse que tudo que os funcionários precisavam tirar, foi autorizado. "Levavam até coisas a mais e vamos registrar boletim sobre isso", disse. Lucas também comenta que, ao contrário do informado pela classe, tudo está sendo pago em dia. "Salário em dia, impostos, prêmios, bonificação em dia. A empresa abriu não chega nem a 90 dias, estamos com muita dificuldade do mercado, mas tudo está em dia".
O gestor afirma que desligará colaboradores. "Porque tumultuaram o dia de hoje e a gente não está contente com isso", completou. Dos 160 funcionários, 40 serão demitidos. "Todos terão os direitos resguardados do acerto", pontuou.
O diretor da empresa, Nelson Oliveira, também afirma que não é verídica a situação de atraso. "Nunca atrasou um dia, tudo certinho, até café da manha, almoço, são oferecidos. Falei que o contador viria conversar, mas eles chegaram tumultuando. Mostraram um contrato, sendo que estamos pagando mais do que o próprio sindicato está exigindo. Estamos abertos a negociação, mas acho que isso poderia ter sido conversado depois do abate".
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