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Capital

Nos bairros da Capital, comerciantes acham que parquímetro vai afastar clientela

Projeto aprovado pela Câmara prevê que instalação pode não se retringir mais só ao Centro

Por Cassia Modena e Idaicy Solano | 11/04/2024 13:57
Carros estacionados na Avenida Bandeirantes, hoje sem parquímetro nas calçadas (Foto: Idaicy Solano)
Carros estacionados na Avenida Bandeirantes, hoje sem parquímetro nas calçadas (Foto: Idaicy Solano)

Projeto que aprova a volta dos parquímetros, com nova concessão e regras, foi aprovado pelos vereadores de Campo Grande nesta terça-feira (9). Uma das novidades que ele traz é a possibilidade de instalar os equipamentos nos bairros. Enquete do Campo Grande News feita também nesta semana apurou que 89% dos leitores são contrários a isso.

E entre os comerciantes? A reportagem percorreu comércios da Avenida Júlio de Castilho, Avenida Bandeirantes e Rua da Divisão, algumas das principais nos bairros de Campo Grande, para saber.

Júlio de Castilho - Antônio Carlos Santos, 71, é vendedor em estabelecimento na avenida e diz achar ruim a ideia.

É porque vai cobrar [da pessoa] e vai atrapalhar o trânsito. Se eles [a prefeitura] liberarem o parquímetro aqui na frente mesmo, vai atrapalhar o trânsito. E os clientes não vão querer pagar. Lá no Centro tem mais rotatividade e aqui no bairro não tem necessidade. Seria mais um imposto, mais uma coisa pra pagar e os clientes evitariam vir", opina.

O vendedor Antônio Carlos Santos (Foto: Idaicy Solano)
O vendedor Antônio Carlos Santos (Foto: Idaicy Solano)

Bandeirantes - Luciano Sampaio Centurião, 47, tem um comércio na avenida e concorda com a instalação nos bairros, mas com ressalva.

Aqui na Bandeirantes eu acho que seria bom, mas eu concordo só se for na área comercial por conta desses carros que ficam parados aí. Às vezes, o cara tem o comércio aqui, põe o carro ali e deixa ali o dia inteiro. Não tem vaga para pessoas que vêm aqui [clientes]. Mas colocar [parquímetro] para 'dentro' do bairro eu acho que não compensa", fala.

Luciano Sampaio Centurião é comerciante (Foto: Idaicy Solano)
Luciano Sampaio Centurião é comerciante (Foto: Idaicy Solano)

Divisão - O atendente Leandro Fortunato, 35, também é contra. "Eu acho que não tem interesse no bairro hoje. Parquímetro é mais para o Centro, no bairro já não é legal porque o pessoal que vem nas lojas é mais humilde", diz.

Ele prevê diminuição do movimento de clientes, se acontecer na Rua da Divisão.

Eu acho que, se cobrar, diminui os clientes. É onde começa a dar uma decaída [no movimento]", afirma.

O atendente chama atenção para outras prioridades ali, no Bairro Parati. "A rua lateral aqui do condomínio Village Parati é toda de terra e a terra vem toda para porta dos nossos comércios, é horrível. Tem que melhorar o asfalto, não trazer parquímetro", protesta.

A também atendente Débora Tainara Gomes, 18, é outra que discorda da instalação.

"Eu não acho que seja tão eficiente assim por conta de que nos bairros são movimentações rápidas. O 'povo' estaciona, compra alguma coisa em alguma loja e sai. Não ficam demorando muito tempo como é no Centro", diz.

Motociclistas acessam a Rua da Divisão (Foto: Idaicy Solano)
Motociclistas acessam a Rua da Divisão (Foto: Idaicy Solano)

Mais detalhes - Conforme define o projeto aprovado pela Câmara Municipal, a empresa vencedora da concessão do serviço de estacionamento rotativo poderá explorar aproximadamente 6.200 vagas no entorno da região central.

Em novembro do ano passado, a reportagem adiantou que o novo projeto do estacionamento rotativo ia se expandir para bairros movimentados de Campo Grande, segundo o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno.

A aprovação autoriza a Prefeitura de Campo Grande a seguir com a concessão para a exploração de sistema de estacionamento nas ruas. A concessão poderá ter duração de 12 anos, podendo ser prorrogada pelo mesmo período.

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