Operários "somem" e vizinhos reclamam de obra parada na antiga rodoviária
A prefeitura garante que o projeto está andando e agora só depende da licitação de ar-condicionado
Comerciantes e trabalhadores da região da antiga rodoviária de Campo Grande afirmam que a obra de requalificação do Terminal Heitor Laburu está parada há semanas, apesar da promessa de entrega em dezembro. Quem circula pelo entorno relata a ausência de equipes no canteiro e praticamente nenhuma movimentação, limitada apenas a serviços pontuais. Sempre que isso ocorre, acende o alerta de quem investiu na região, com medo que mais um prazo seja desrespeitado.
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A obra de requalificação do Terminal Heitor Laburu, antiga rodoviária de Campo Grande, está paralisada há semanas, segundo relatos de comerciantes e trabalhadores da região. O projeto, iniciado em julho de 2022, deveria ter sido concluído em junho de 2023, com investimento de R$ 16,5 milhões. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos informou que 44% dos trabalhos estavam concluídos, com previsão de entrega para dezembro de 2025. Comerciantes locais, preocupados com a situação, relatam que a paralisação já ultrapassa um mês, afetando diretamente os estabelecimentos da área, que permanecem fechados devido às obras.
Nesta sexta-feira (14), um morador que passava pelo local entrou na área cercada e fotografou as placas da obra. Os documentos mostram que a construção começou em 1º de julho de 2022 e deveria ter sido concluída em 26 de junho de 2023. O investimento total é de R$ 16,5 milhões, com recursos do MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) e da Prefeitura de Campo Grande.
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Após sucessivos adiamentos, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou, em junho deste ano, que 44% das obras estavam concluídas e que a nova previsão de entrega é dezembro de 2025. O prazo original já havia sido prorrogado duas vezes: primeiro para o fim de 2024 e, depois, para junho deste ano.
O síndico do Centro Comercial, Paulo Pereira, 70 anos, demonstra preocupação. Ele diz que a paralisação já dura mais de um mês. “Protocolamos um ofício na Sisep, mas não tivemos resposta. A obra sempre foi lenta: vinha pouca gente; vinham dois, quatro no máximo para trabalhar; às vezes, vinham oito ou dez, mas só por um dia. Faziam o serviço e iam embora”, afirma.
Paulo lembra que, em junho de 2026, fará quatro anos que os tapumes foram colocados no local para a reforma da antiga rodoviária. Durante todo esse período, os empresários da área diretamente afetada seguem impedidos de abrir seus comércios, já que o espaço permanece fechado. Eles tentaram solicitar isenção de IPTU, mas o pedido não avançou na prefeitura.

Quem vive e trabalha no entorno diz que a realidade no canteiro não acompanha o cronograma oficial. O vigilante Dino César Coimbra, 45 anos, afirma que não vê avanço. “Tem umas duas semanas que não aparece equipe. Só vemos gente terminando o que já estava começado, como limpeza e algumas plantas. Obra mesmo não tem ninguém”, relatou.
Funcionários de empresas próximas também não percebem qualquer progresso recente. A analista de testes Luana Isabel, 21 anos, afirma que “teve um período com mais gente, mas agora não tem ninguém”. Já o assistente de banco de dados Thales de Freitas, 18, diz que o ritmo atual não condiz com o prazo previsto de entrega.
Trabalhadores e comerciantes reforçam a importância da conclusão da obra. Para eles, a revitalização do terminal aumentaria a circulação de pessoas, fortaleceria o comércio local e ajudaria a melhorar a segurança nas ruas do entorno.
Fase final - A Sisep negou que tenha havido paralisação no período e justificou que a fase de finalização da estrutura, com 70% do cronograma concluído até agora, exige quantidade reduzida de operários. "A obra não está paralisada. Nesta etapa, estão sendo executados serviços que demandam um número menor de trabalhadores", afirmou por meio da assessoria de imprensa.
Quanto ao cumprimento do prazo previsto para tudo ficar pronto, a pasta não assegurou que continue sendo dezembro, já que uma licitação para a compra de aparelhos de ar-condicionado para os prédios ainda será lançada. A mesma empresa que executa a obra fará a instalação após concluir a parte estrutural, mas depende do andamento do edital para fazer o serviço. "Como é comum em edificações, a licitação para a aquisição dos aparelhos de ar-condicionado ocorre na fase final da obra, o que está sendo feito pela Sisep", finalizou.
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