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Capital

Volta do parquímetro não convence quem frequenta o Centro

Preço alto e insegurança ao deixar o veículo na rua estão entre as principais reclamações

Por Izabela Cavalcanti e Genifer Valeriano | 17/11/2025 11:46
Volta do parquímetro não convence quem frequenta o Centro
Tráfego de veículos na região central em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Mesmo após o anúncio do retorno do parquímetro em Campo Grande, o discurso da população continua o mesmo: valor alto e falta de segurança ao deixar o veículo na rua. Por outro lado, a única solução apontada como positiva é a rotatividade.

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O retorno do parquímetro em Campo Grande gera controvérsia entre os moradores. Com aumento de 81,81% na tarifa, que passa de R$ 2,75 para R$ 5 por hora, o sistema será implementado em 37 vias da cidade, totalizando inicialmente 3 mil vagas, com possibilidade de expansão para 6,2 mil em seis anos. Enquanto usuários criticam o valor e a falta de segurança para os veículos estacionados nas ruas, proprietários de estacionamentos privados não demonstram preocupação com a concorrência. A única vantagem apontada por ambos os grupos é a garantia de rotatividade nas vagas do Centro. O sistema funcionará em dias úteis, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 13h.

A cobrança pelo SER (Sistema de Estacionamento Rotativo) na região central da cidade foi publicada no Diário Oficial de Campo Grande desta segunda-feira (17).

No Centro, os estacionamentos cobram de R$ 10 a R$ 15 por 1 h para carros e R$ 5 a R$ 8 para motocicletas. O parquímetro, que já teve tarifa de R$ 2,75, agora passa a custar R$ 5 por hora, podendo sofrer futuros reajustes sob responsabilidade da Agereg (Agência Municipal de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos). Esse valor representa aumento de 81,81% em relação ao que era cobrado.

Além disso, inicialmente serão 3 mil vagas no prazo de 12 meses, podendo ser ampliadas pela administração pública, chegando a 6,2 mil vagas ao longo de 6 anos. As vagas serão em 37 vias da cidade (confira aqui).

Volta do parquímetro não convence quem frequenta o Centro
Câmera instalada em um dos estacionamentos na região central (Foto: Marcos Maluf)

O tempo de permanência permitido será de, no mínimo, 15 minutos e, no máximo, duas horas, sem possibilidade de prorrogação.

Para o moto entregador Fábio Amorim, de 42 anos, o parquímetro não vai resolver os problemas de estacionamento e mobilidade na região central.

“Não acho que vai resolver o problema do Centro. É só mais uma maneira de arrecadar dinheiro que não é investido. Eu acho que esse valor é um absurdo; pela rotatividade de carros, deveria ser R$ 2,50, já estaria bem pago”, disse.

O vigilante Judson Coelho, 36 anos, também acredita que a medida não trará mudanças significativas, especialmente na Rua 14 de Julho, onde a oferta de vagas diminuiu após a revitalização.

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Judson, dentro do carro, dando entrevista ao Campo Grande News (Foto: Marcos Maluf)

“Muitas vezes tenho que deixar o carro mais longe de onde eu quero realmente ir. O parquímetro não vai ter nenhum seguro para o veículo, se ele for furtado ou roubado. Acho que deveria ter algum ressarcimento. O valor cobrado deveria ser usado para esse tipo de seguro”, opinou.

Mesmo considerando como bom o preço de R$ 5 em comparação às garagens, ele afirma que ainda prefere pagar a mais para estacionar com mais segurança.

“Não é um valor caro porque as garagens estão cobrando um pouco mais. Mas me sinto mais seguro deixando na garagem”, completou.

O aposentado Espedito Lino, 80 anos, avalia que a ativação do parquímetro é necessária para reorganizar o trânsito.

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Espedito explicando sobre o que acha do retorno do parquímetro no Centro (Foto: Marcos Maluf)

“Eu acredito que tem que ativar mesmo os parquímetros, porque sempre estamos precisando deixar os carros na garagem e anda tudo muito tumultuado, principalmente na 14 de Julho”, disse.

Outro lado – Os donos de estacionamentos acreditam que o retorno do parquímetro não altera em nada. É o que acredita Maria Freitas, de 44 anos, dona de um estacionamento na Rua Marechal Rondon Cândido Mariano.

"Na verdade, os parquímetros nunca afetaram a gente. Porque normalmente já temos clientes fiéis. Acho que o sol brilha para todos", pontuou.

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Maria é responsável por um estacionamento na Rua Marechal Rondon (Foto: Marcos Maluf)

Ela ainda relata o motivo de as pessoas preferirem as garagens. “Eu mesma não deixo o meu carro na rua. Precisei deixá-lo uma vez, bateram nele e eu nunca fui ressarcida pela Prefeitura. Então, a maioria das pessoas que vem deixar o carro em estacionamento privado o faz por essa questão: as pessoas batem, estacionam mal ou muitas vezes arranham o carro, e o parquímetro não se responsabiliza. Já a maioria dos estacionamentos tem seguro e se responsabiliza pelo veículo”, completou.

Rafael Rezende, de 33 anos, responsável por um estacionamento na Avenida Calógeras, acredita somente na melhora da rotatividade.

“Eu acho que, pelo jeito, só vai melhorar, porque haverá rotatividade no Centro. Nós já temos nossos clientes, isso é o principal, mas acredito que a rotatividade também será beneficiada. Há pessoas que deixam o carro às 7 horas da manhã e só saem às 18 horas; esse é o problema", destacou.

Ele enfatiza que a rotina será a mesma. "Aqui para o estacionamento, a rotina vai continuar a mesma. E tem muita gente que ainda prefere o estacionamento pago, particular, porque vai ter mais segurança. Vai colocar na sombra, principalmente", disse.

Entenda – O retorno do equipamento ainda depende de licitação para escolher a empresa que irá assumir o serviço. O texto publicado nesta segunda, apenas detalha o regramento e em quais ruas o equipamento poderá ser instalado.

A fiscalização será feita por veículos equipados com OCR (reconhecimento óptico de caracteres), sistema de leitura automática de placas. A cobrança ocorrerá somente por meio de tíquete virtual adquirido em aplicativos ou pontos de venda, devendo ser ativado antes do uso da vaga.

O funcionamento seguirá o horário comercial: de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 13h. Nos demais períodos, domingos e feriados, o uso será livre, podendo a Prefeitura destinar os espaços para eventos quando necessário.

A receita arrecadada com a concessão será dividida entre os órgãos municipais: 80% para a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) e 20% para a Agereg, conforme previsto na lei e no edital de licitação.

O decreto ainda deixa claro que o Município não se responsabilizará por danos, furtos, acidentes ou quaisquer prejuízos envolvendo veículos nas áreas do Sistema de Estacionamento Rotativo.

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Rua Brasil é uma das que terá parquímetro instalado (Foto: Osmar Veiga)

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