Iguatemi, mais de 250 anos de embates entre brancos e indígenas
Um indígena e um branco morreram nas lutas pela terra no domingo. Com a certeza de que o sol surgirá, teremos muitas mais no futuro. Ao contrário de outras regiões onde o domínio da terra mata devido a historias falsificadas, essa é uma região onde nunca existiu um longo período de paz e nem a posse territorial pacifica. Vem desde 1.770. Milhares de brancos e de indígenas perderam a vida por lá.
O Forte do Iguatemi, forte da morte.
Instado pela Coroa Portuguesa, Morgado de Mateus, governador de São Paulo, resolveu construir um forte nas cercanias do rio Iguatemi, hoje, suas ruínas estão em Paranhos, cidade que surgiu de Iguatemi. Como escreveu Taunay: “Túmulo de milhares de brasileiros, violentamente arrancados aos seus lares pelo despotismo colonial, e encaminhados como para matadouro certo” essa tentativa de domínio territorial foi a causa do despovoamento do território paulista.
Artilharia e 70 presidiários.
O forte, construído para ser modelo (Forte Coimbra é posterior e bem parecido), tinha quatorze canhões e, logo depois dos primeiros dias de precário funcionamento, foram enviados 70 presidiários para preencher a falta de soldados que já tinham sido mortos pelos indígenas. De nada adiantou, logo a seguir, sofreu outro ataque mais sério devastando as pequenas propriedades dos colonos, vizinhas ao forte. Mataram quase todos. Se não bastassem os constantes ataques, a malária completava a mortandade. E para completar, os paraguaios e espanhóis, comandados por D.Agostinho Penido, atacaram o forte com algo como 3.000 homens.
A retirada que precedeu a de Laguna.
A Retirada da Laguna é conhecida por quase todo cidadão sul-mato-grossense. A Retirada do Forte de Iguatemi, nada fica a dever à da Laguna, todavia, é espetacularmente desconhecida. Foi um filme de terror. Os brancos que restaram dos ataques indígenas e paraguaios, retornaram a São Paulo acossados pelo indígenas, pela fome, diarreia e malária. A região de Iguatemi, ainda que no final tenha ficado com o Brasil, nunca mais teria paz.
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