Pai de ex-secretário é preso por comandar fábrica clandestina de iogurte
Empresa usava CNPJ vinculado ao filho do investigado e atuava sem inspeção municipal

Wailey Rodrigues Pereira, 67 anos, foi preso em flagrante, sem direito a fiança, por ser o responsável pela fábrica clandestina de iogurtes fechada na manhã desta segunda-feira (17), em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande. A empresa, que operava em condições insalubres, está registrada em nome de Neylor Thomaz da Conceição Pereira, ex-secretário da prefeitura do município e filho do preso, que deixou o cargo há poucos dias.
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Idoso de 67 anos foi preso em flagrante por operar fábrica clandestina de bebidas lácteas em Terenos, Mato Grosso do Sul. A empresa, registrada em nome do ex-secretário municipal Neylor Thomaz da Conceição Pereira, funcionava em condições insalubres e sem autorização sanitária. A operação, realizada pela Decon e Vigilância Sanitária, encontrou ambiente sem higiene adequada e leite de origem não identificada sendo processado. Os produtos eram comercializados em estabelecimentos locais, apresentando qualidade duvidosa e utilizando selo de inspeção municipal falsificado.
O idoso trabalhava sozinho e cuidava de toda a produção das bebidas. A ação foi desencadeada após denúncia. Quando equipes da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo) e da Vigilância Sanitária chegaram ao local, encontraram um ambiente sujo, sem higiene adequada e uma caldeira em funcionamento, onde duzentos litros de leite pasteurizado eram processados. Todo o material foi apreendido e será descartado.
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Conforme apurado pelo Campo Grande News, Wailey comprava leite sem origem identificada, contrariando as exigências de rastreabilidade. Parte da matéria-prima vinha da própria fazenda da família. Mesmo assim, o produto final era distribuído no comércio local.
Em supermercados, a reportagem encontrou as bebidas sendo vendidas por R$ 9,49, acima do valor de R$ 7,50 que era repassado pela fábrica. O conteúdo chamava a atenção pela má qualidade. O líquido era ralo e, no caso do sabor morango, era possível ver pedaços da fruta que não haviam sido completamente triturados. Havia ainda versões de coco e abacaxi. O recipiente era de um litro.
Além da precariedade, a fábrica operava sem o SIM (Serviço de Inspeção Municipal). O selo exibido no local é considerado falso pelas autoridades. Wailey afirmou que a autorização teria sido concedida pela prefeitura há muitos anos, mas não apresentou documentos.
O estabelecimento foi lacrado e o caso segue em investigação. Wailey deverá passar amanhã por audiência de custódia.

Nas redes sociais, Neylor Thomaz compartilhou a notícia do fechamento da fábrica e escreveu: “Tiraram uma foto justamente em um dia de chuva, depois que mais de dez pessoas entraram no local com barro nos pés. Ser empresário hoje em dia não é fácil, ainda mais quando existe jogo político dentro do município. Mas quem nos conhece sabe: temos orgulho de produzir, há mais de 20 anos, um produto de qualidade. Sobre o SIM, seguimos exatamente a orientação que nos foi passada pela própria prefeitura, e tudo será resolvido. Mesmo assim, ficamos muito tristes com essa situação. E agora ainda surge esse tal ‘SIM do consórcio’, mais uma exigência que só parece servir para gerar imposto e dificultar a vida de quem é pequeno e trabalha honestamente".
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