Órgãos atendem centenas de pessoas, mas muitos sem segurança na entrada
Falta de esquema para evitar entrada de pessoas armadas possibilitou homicídio no Procon-MS
Nunca imaginou-se que alguém sacaria um revólver e mataria outra pessoa, como ocorreu na segunda-feira (13), no Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor). Nota-se que vários órgãos, por onde passam centenas de pessoas, também não têm esquema de segurança em Campo Grande, enquanto outros têm até equipamento de reconhecimento facial.
O homicídio do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, baleado pelo policial militar aposentado, José Roberto de Souza, de 53 anos, ocorreu durante uma audiência de conciliação. Sem revista no local, o policial entrou armado para surpresa de todos.
Ele deixou a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) por “incapacidade definitiva”, decorrente de problemas psicológicos, em 2015. Por isso, ele teve que entregar a arma funcional e perdeu o porte de arma de fogo. Ainda assim, entrou armado no Procon.
No Procon Municipal de Campo Grande, um guarda civil metropolitano acompanha os trabalhos. Na CAC (Central de Atendimento ao Cidadão), o mesmo, guardas civis municipais fazem a segurança.
O Fórum Cível e Criminal de Campo Grande vai além. O local tem esquema de segurança, que inclui agentes e detecção de metais. Até aparelho de reconhecimento facial foi instalado nos últimos dias.
No Tribunal do Júri, a porta giratória controla a entrada de armas e quaisquer materiais que possam colocar em risco a vida das pessoas que entram para assistir e participar dos julgamentos.
Outro local com circulação intensa de pessoas todos os dias, a Funtrab (Fundação Social do Trabalho) também não tem esquema de segurança na entrada ou agente uniformizado. Ocorre o mesmo no Fácil Aero Rancho, um dos quatro que reúne diversos serviços ao cidadão em Campo Grande.
Mudanças - O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) apresentou um projeto de lei para proibir a entrada de pessoas com armas no Procon-MS de Campo Grande e nas unidades do interior, além de unidades do Procon municipais.
Além das armas de fogo, a restrição deve ser também para instrumentos que configurem armamento branco.
“A vedação disposta nesta lei aplica-se ao público externo e aos funcionários e servidores, excetuando-se os profissionais encarregados do serviço de segurança das unidades do Procon, sejam públicos ou privados”, diz o texto. O projeto aguarda análise das comissões.