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“Os gritos eram desesperadores”, diz vizinho de Vanessa durante reconstituição

Homem que prefere não se identificar ajudou polícia a arrombar portão da casa onde jornalista foi esfaqueada

Por Ana Paula Chuva e Clara Farias | 25/02/2025 17:01
“Os gritos eram desesperadores”, diz vizinho de Vanessa durante reconstituição
Vizinho se emocionou ao falar com a imprensa nesta tarde (Foto: Osmar Veiga)

“Os gritos dela eram desesperadores”, disse o vizinho da jornalista Vanessa Ricarte, morta pelo ex-noivo Caio César Nascimento Pereira durante a reprodução simulada do crime na tarde desta terça-feira (25), no Bairro São Francisco. O homem, que prefere não se identificar, ajudou a polícia a arrombar o portão da casa da vítima no dia 12 de fevereiro, quando ela foi esfaqueada no peito e afirma que foi bem difícil não ter conseguido salvá-la.

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Vizinho da jornalista Vanessa Ricarte, morta pelo ex-noivo Caio César Nascimento Pereira, se emociona durante reconstituição do crime. Ele ajudou a polícia a arrombar o portão da casa da vítima no dia do crime e lamenta não ter conseguido salvá-la. A reprodução simulada durou cerca de 2 horas e a perícia vai finalizar o trabalho. Vanessa Ricarte já havia solicitado medida protetiva após ser ameaçada por Caio, que a esfaqueou três vezes no coração. Caio Nascimento, com histórico de violência doméstica, foi preso em flagrante e ficou em silêncio na delegacia. A jornalista relatou que Caio era dependente químico e a ameaçou de morte.

“Nada que eu fale vai trazer ela de volta. Eu não consigo nem falar mais sobre isso. O fato de eu não ter conseguido salvar ela foi bem difícil, isso foi difícil. Os gritos dela eram desesperadores. Se eu pulasse o muro ia ser ela ou eu”, relatou o homem que foi um dos que acionaram a polícia no dia do crime.

À imprensa, ele relatou que outros vizinhos também fizeram as ligações e que as equipes chegaram em cerca de 4 minutos ao local. Ele, então, ajudou os servidores a levantarem o portão eletrônico, que é totalmente fechado, mas esperou que os policiais chegassem ao local.

“A casa tem cerca elétrica e concertina. O portão é todo fechado. Eles chegaram bem rápido. Arrombamos o portão e os policiais entraram, eu não aguentei ficar segurando e então abaixei o portão. Foi desesperador. Assustador. Espero que a justiça seja feita”, finalizou o vizinho.

A reprodução simulada durou cerca de 2 horas por conta da chuva forte que atingiu Campo Grande na tarde desta terça. O advogado que atua na defesa da família de Vanessa pontuou que agora todas as fotos e imagens feitas na casa serão encaminhadas para a perícia e depois juntadas aos autos do processo.

“A perícia vai finalizar o trabalho. Toda a reconstituição simulada dos fatos será juntada ao processo que segue normalmente. No momento é o que temos para relatar”, alegou Pablo Arthur Buarque Gusmão.

Os advogados que atuam na defesa de Caio também acompanharam a reconstituição feita pela Deam, (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) com apoio de equipe da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Sequestros e Assaltos). A rua onde fica a casa de Vanessa foi totalmente fechada para os trabalhos nesta tarde.

“Os gritos eram desesperadores”, diz vizinho de Vanessa durante reconstituição
Vizinho de Vanessa acompanha equipe policial durante reprodução simulada (Foto: Osmar Veiga)

Feminicídio - A jornalista Vanessa Ricarte já havia solicitado medida protetiva na noite de terça-feira (11) após ser ameaçada por Caio. Naquele mesmo dia, depois de sair da Deam, onde foi buscar outras informações a respeito da medida, ela seguiu até o imóvel onde morava com o músico para buscar os pertences.

Houve discussão e Caio a esfaqueou três vezes no coração. Vanessa Ricarte chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas não resistiu e morreu na Santa Casa de Campo Grande. Caio Nascimento, com histórico longo de violência doméstica, foi preso em flagrante e ficou em silêncio na delegacia, sem esboçar qualquer reação.

Ameaça de morte – No depoimento dado à Deam, ao qual o Campo Grande News teve acesso, a jornalista afirmou que estava morando com Caio desde agosto do ano passado e que ele era dependente químico, além de beber todos os dias e ficar embriagado com frequência. Para a polícia, ela disse que quando bêbado, Caio ficava “um terror”. “Fica agressivo e anda com o carro em alta velocidade, colocando ambos e terceiros em risco”, descreve boletim de ocorrência.

Na delegacia, ela deu detalhes sobre a exposição das fotos e contou ainda que recebeu ameaça de morte. Na terça-feira, por volta das 12h, num momento em que estava “chapado” (drogado), Caio pegou uma faca e a ameaçou, dizendo: “eu vou me matar, mas você vai junto”.

Diante da situação, Vanessa solicitou medida protetiva de urgência, para que o ex fosse retirado de sua casa e impedido de manter contato com ela. Ela se recusou a ficar no abrigo da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande e decidiu não esperar a intimação de Caio Nascimento sobre a ordem judicial antes de voltar em casa para pegar roupas e pertences.

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