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Capital

Pai de jovem morto no Jóquei teme que família também esteja correndo risco

Evelyn Souza | 13/07/2013 06:59
Ex-soldado foi arrastado por 12 metros (Foto: Reprodução/Facebook)
Ex-soldado foi arrastado por 12 metros (Foto: Reprodução/Facebook)

“Fiquei surpreso. Senti a mesma dor de quando perdi meu filho. Queria poder abraçar a família, mas a gente nunca sabe como vai ser a reação”, diz Isnaldo Pereira Barros, de 44 anos, ao falar sobre a morte de André Luiz da Cruz Pereira, de 20 anos, assassinado com um tiro na cabeça horas depois de prestar depoimento na 5ª delegacia de Polícia da Capital.

“Esse menino de alguma maneira estava na delegacia para ajudar meu filho. Porque através do caso dele, a Polícia poderia chegar até a pessoa que matou o Idenilson. Talvez até a gente esteja correndo perigo”. Isnaldo é pai do jovem Idenilson da Silva Barros, de 20 anos, morto na madrugada do dia 19 de maio, no estacionamento do Jóquei Clube de Campo Grande.

Quase dois meses após o crime, a Polícia ainda não tem pistas do autor e para a família, resta a esperança de que tudo seja resolvido no momento certo. “Temos fé. Deus não é justiceiro, mas vai mostrar quem fez isso”, relata o pai que para “esquecer” um pouco do que aconteceu com o filho mais velho, ficou fora da cidade por alguns dias.

O operador de pá carregadeira conta que pretende conversar com o delegado que acompanha as investigações na próxima semana. Para ele as testemunhas estão com medo de prestar depoimento e depois da morte de André, poucas pessoas devem colaborar nas investigações.

Entre os fatos noticiados, o que mais chama atenção do pai, que tem mais dois filhos, é o fato de terem cancelado o socorro do Samu. “O que me deixa intrigado é o Samu. O amigo dele me mostrou o celular, ligou dez vezes pedindo socorro e alguém cancelou a ocorrência. Meu filho ainda estava vivo, esperou por 40 minutos e morreu. Por que nenhuma viatura foi lá?”, questiona.

Isnaldo também não acredita que o filho tenha sido morto porque deitou por conta própria no chão do estacionamento. “Essa versão é para enganar bobo. Ela não faria isso. Por que sairia pelo fundo do palco? Se quisesse ir embora chamaria um amigo ou sairia pela porta da frente. E outra, se tivesse passado mal, não andaria 300 metros pra deitar na grama”, diz o pai.

Local onde Idenilson foi encontrado morto. (Foto: Simão Nogueira)
Local onde Idenilson foi encontrado morto. (Foto: Simão Nogueira)

Caso - Segundo o laudo pericial divulgado no dia 12 de junho, o ex-soldado Idenilson da Silva Barros, de 20 anos, morreu depois de ser agredido, atropelado e arrastado por cera de 12 metros. O caso aconteceu na madrugada do dia 19 de maio no Jóquei Clube, durante lançamento do DVD da dupla Munhoz & Mariano, em Campo Grande.

O delegado responsável, Cláudio Martins da 5ª delegacia de Polícia chegou a pedir ajuda da população para que testemunhassem sobre o crime. Seguranças da empresa que prestavam serviço no dia do show também foram ouvidos. Segundo a Polícia, ninguém viu nada.

Mistério - O caso ganhou mais repercussão no último dia 9, quando André Luiz da Cruz Pereira, 23 anos, prestou depoimento na mesma delegacia que investiga o caso de Idenilson. Ele foi intimado porque foi agredido por seguranças no show do cantor Gustavo Lima, realizado no mês de março, no Jóquei Clube.

Local onde André foi morto, horas depois de prestar depoimento. (Foto: Cleber Gellio)
Local onde André foi morto, horas depois de prestar depoimento. (Foto: Cleber Gellio)

No dia ele chegou a reconhecer os responsáveis pelas agressões através de fotografias. Quatro horas depois, André foi morto com um tiro na cabeça, quando estava sentado em uma mureta, em um campo de futebol no bairro Moreninhas.

A Polícia investiga se o assassinato pode ter relação com o depoimento que ele prestou ou se a vítima foi morta por engano. Isso porque no momento do crime, André estava sentando em uma mureta ao lado de um amigo conhecido como "Febem".

Durante o velório, a mãe dele, Luzia Pereira da Cruz disse que não acredita que o filho foi morto porque prestou depoimento.“ Foi só uma coincidência. Ele estava no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada”. Para ela, o alvo do atirador era Febem.

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