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Capital

Pandemia adia retomada de obras que esperam há anos para sair do papel

Consideradas “elefantes brancos”, Aquário do Pantanal e Centro de Belas Artes tiveram projetos emperrados por decretos

Tainá Jara | 16/04/2020 18:38
Aquário do Pantanal começou a ser construído em 2011 (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Aquário do Pantanal começou a ser construído em 2011 (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

Esperança de conclusão de duas obras milionárias, já consideradas “elefantes brancos”, foi frustrada pela situação excepcional imposta pela pandemia. Retomadas depois de anos paradas, o Aquário do Pantanal e o Centro de Belas Artes, em Campo Grande, tiveram os encaminhamentos adiados e devem esperar mais para sair do papel.

O adiamento de cronograma foi inevitável com o decreto municipal, do dia 20 de março, que paralisou todas as obras da construção civil da Capital, pelo período de 15 dias. Para cumprir as determinações legais, a obra do Aquário do Pantanal, localizado na Avenida Afonso Pena, que passava por procedimento de troca de vidros danificados, teve os serviços suspensos.

Iniciada a quase uma década, a construção do empreendimento foi totalmente paralisada em 2016, quando faltava apenas 5% para ser concluída e cerca de R$ 230 milhões havia sido empregados. Na época, o motivo da suspensão foram investigações que apontaram irregularidades na execução dos contratos e desvio de verba.

Em novembro do ano passado, as obras foram retomadas, a partir de contrato de R$ 386,4 mil com a empresa Gomes & Azevedo, para troca dos vidros usados no topo da elipse, formato do empreendimento. A cobertura foi executada no início da obra, com material importado.

Outros dois processos licitatórios estavam em andamento para atender o empreendimento. Um deles é para a cobertura metálica e outra para revestimento composto. Porém, houve a paralisação de todos os trâmites internos da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos), incluindo os do Aquário, para que se cumprisse com a portaria de 25 de março, que estabeleceu a restrição temporária de atendimento e implantou o regime excepcional de teletrabalho.

Em nota, a administração da Agesul admitiu que diante disto, o cronograma de obras sofrerá alterações. “É importante ressaltar que, além das paralisações exigidas por lei, as empresas que trabalham no Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira estão tendo dificuldade com o fornecimento de materiais”, afirmaram.

Centro de Belas Artes era para ser rodoviária no início dos anos 90 (Foto: Arquivo/Marcos Maluf))
Centro de Belas Artes era para ser rodoviária no início dos anos 90 (Foto: Arquivo/Marcos Maluf))

Belas Artes – O que no início dos anos 90 era para ser uma rodoviária, passou a ser idealizada, desde 2012, como um centro de Belas Antes. De lá para cá, o projeto não saiu do papel e a estrutura na Avenida Ernesto Geisel, no Bairro Cabreúva, continuou abandonada.

O projeto foi retomado no final do ano passado, com abertura de processo licitatório para selecionar empresa capaz de retomar a obra. No final de fevereiro deste ano, veio o resultado da disputa por R$ 3.175.125,66, cuja vencedora foi a Vale Engenharia.

Mesmo com a retomada do funcionamento dos canteiros de obras autorizada, o projeto ainda passa por trâmites para assinatura do contrato.

De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Serviço Público, Rudi Fioresi, o cronograma não deve profundamente afetado pela pandemia. “Esta obra conta com recurso de financiamento federal. Pode ser prejudicada se o governo reduzir repasses, coisa que ainda não fizeram”, afirmou.


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