Para 79 acolhidos no Cetremi, Natal é entre voluntários e com pratos fartos
Grupos de igrejas e funcionários da própria casa de acolhimento organizam refeições e atividades nesta época
Para 79 pessoas que estão longe de casa e da família, o Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua) virou lar e os acolhidos e voluntários são como irmãos neste Natal.
RESUMO
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O Cetremi, em Campo Grande, proporcionou um Natal especial para seus 79 acolhidos, oferecendo refeições fartamente e atividades diversas durante o mês de dezembro. Voluntários contribuíram com ações como corte de cabelo, almoços e jantares, enquanto a equipe do centro se dedicou a tornar o ambiente o mais acolhedor possível. Apesar da festa, dezembro também marca um período de muitas tentativas de retorno para casa, com alguns acolhidos recebendo passagens para retornar às suas famílias e estados de origem. Atualmente, o Cetremi necessita de doações de roupas masculinas.
A véspera teve ceia e o feriado teve café da manhã e almoço com a fartura que eles não veem no dia a dia. Só hoje (25), foram servidos panetone, pavê, macarronese, salada, arroz, frango e refrigerante no refeitório. E à noite tem mais.
"Eles ficam muito sensíveis nesta época. É o momento de deixarmos a unidade o mais acolhedora possível", conta a assistente social que coordena o centro há três anos em Campo Grande, Giany da Conceição Costa.
Não só os dias 24 e 25, mas quase todo o mês de dezembro quebra a rotina da casa de acolhimento com atividades que voluntários promovem lá dentro.
"Recebemos vários pedidos, principalmente de grupos de igrejas, para se reunirem com eles, trazer corte de cabelo, fazer um almoço e ou um jantar, por exemplo. Daí nós vamos montando um calendário", continua a coordenadora.
A participação não é obrigatória. "Como nosso Estado é laico, recebemos todas: católica, evangélica, espírita... os acolhidos ficam se quiserem", explica Giany.
Hoje à noite será a vez dos funcionários do próprio Cetremi e a coordenadora cozinharem um jantar especial.
A assistente social participa de quase tudo, mesmo tendo que se dividir entre o trabalho de acolhimento e as confraternizações em sua casa e entre seus parentes. "Eu acho que eu não consigo não me ver nessa situação deles. Da mesma forma que eu estou com minha família, sinto que eles devem estar na mesma condição que eu, de alguma forma", diz.
De volta para casa - Giany também explica que, nesta época do ano, muitos acolhidos tentam e alguns conseguem voltar para onde vivem suas famílias.
"Percebemos que, nesta época, principalmente a população de rua tenta buscar a própria família ou se sente angustiada e prefere sair do Cetremi. Estávamos com 103 homens e pessoas trans nesta unidade, e agora estamos com 79", diz.
Dezembro é também o mês em que o centro de acolhimento costuma ter mais sucesso no contato com famílias para reintegrar principalmente os migrantes e pessoas em situação de rua.
Pelo menos oito receberam passagens de ônibus para retornar aos seus estados. Entre eles estão Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo. As famílias são orientadas a encontrá-los nas rodoviárias.
Roupas masculinas - O Cetremi recebe migrantes, imigrantes e pessoas em situação de rua. Com a criação de novas unidades de acolhimento na Capital, passou a concentrar homens e pessoas trans, enquanto as demais acolhem mulheres, crianças e idosos em sua maioria.
O público do centro precisa apenas de doações de roupas masculinas, neste momento. Quem puder ajudar, pode entregar as peças na Rua Jornalista Marcos Fernandes Hugo Rodrigues, S/N, no Bairro Jardim Veraneio. O local fica aberto todos os dias da semana e funciona 24 horas.
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