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Capital

Para PM, entorno da UFMS é ponto mais problemático na noite da cidade

Aline dos Santos | 23/03/2015 10:41
Polícia usou bombas de gás em bares no entorno da UFMS.  (Foto: Simão Nogueira)
Polícia usou bombas de gás em bares no entorno da UFMS. (Foto: Simão Nogueira)

Com dois bares e rua estreita o entorno da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) é apontado pela PM (Polícia Militar) como o ponto mais problemático no quesito aglomeração fechando via em Campo Grande. De acordo com o comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Francisco de Assis Ovelar, a situação é devido ao grande número de estudantes que vão para o mesmo local. “Aglomera estudantes de todos os cursos da UFMS. É o único local próximo”, diz.

Na noite da última sexta-feira, a rua Trindade, onde ficam os bares Escobar e “Batata +”, foi cenário de uso de bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. A denúncia dos vizinhos é de que os universitários bloquearam a rua, que dá acesso a Rui Barbosa. A PM informa que tentou o diálogo, já os estudantes alegam que não houve tentativa de conversa.

Conforme o comandante, a PM já foi ao local outras vezes. Nessas ocasiões, a via foi liberada sem uso de força. De acordo com ele, o trecho não vai receber monitoramento específico, pois é ponto rotineiro de ronda. “Passam muitas viaturas da PM, da PRF [Polícia Rodoviária Federal]. Costumeiramente tem ronda”, salienta.

O coronel defende que a ação da polícia foi correta. “Dialogaram, pediram para desobstruir. Chega o momento que tem que usar os meios necessários”, afirma.

Fechado – Segundo a assessoria de imprensa do Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), um dos estabelecimentos foi fechado na sexta-feira por falta de alvarás da Polícia Civil e Bombeiros. O nome do bar não foi divulgado. O local não tem autorização para utilizar equipamento de som.

No sábado, a secretaria divulgou nota à imprensa sobre a ação do BPChoque (Batalhão de Policiamento de Choque). “O Comando-Geral da Polícia Militar enviou ao local uma viatura, com quatro policiais, que conversaram com os proprietários do estabelecimento, solicitando o desligamento do som e também o fechamento do bar, naquele momento, por conta da inexistência de alvarás. Os comerciantes se recusaram e as pessoas que estavam no local, em sua maioria universitários, ainda hostilizaram a guarnição e tentaram intimidar a polícia”, diz o documento.

Proteste no bar – A ação da PM repercutiu nas mídias sociais. Na página "Segredos UFMS" há postagem convocando os universitários para, na próxima sexta-feira, dia 27, protestarem no bar.

“E se a policia chegar levem seus livros e revistas velhas para tacar pq e nós somos estudantes e nao traficantes ou bandido”, diz o post.

No mesmo espaço virtual, há quem admita que a rua é fechada, com ônibus esperando mais de dez minutos para travessia e algazarra com batidas na lataria dos veículos que passam na rua. No último sábado, acadêmicos ouvidos pelo Campo Grande News relataram que não houve diálogo e ação policial foi injustificável.

“Foi uma correria, estudantes passando mal, alguns caíram”, relatou o acadêmico Ítalo Diego, 19 anos. Na ocasião, mais de 300 pessoas estavam nos bares.

Nesta segunda-feira, a proprietária do bar “Batata +”, Graziele Soares dos Santos das Neves, afirmou que os policiais chegaram ameaçando fechar o estabelecimento, mas que o local tem toda a documentação necessária. Depois, foi questionado sobre o fechamento da rua. “Disse que ia falar com a minha galera, tudo bem educado a minha galera. Mas não deu tempo, já vi a fumaça entrando”, conta.

Após o uso das bombas, ela relata que policiais retornaram ao bar. “Falei poxa vida, o pessoal está passando mal, foi desnecessário. Ele disse isso não mata não, toma água”, rememora. Nesta etapa do diálogo, segundo ela, o policial retirou o nome da farda.

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