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Capital

Perícia em corpo vai determinar se menino foi jogado com vida em rio

Suspeito de matar criança é vendedor e colecionava pornografia com meninos e meninas

Anahi Zurutuza e Guilherme Henri | 23/07/2017 10:40
Buscas pelo corpo de Kauan no rio Anhanduí neste sábado (22) (Foto: Marcos Ermínio)
Buscas pelo corpo de Kauan no rio Anhanduí neste sábado (22) (Foto: Marcos Ermínio)

Só a perícia no corpo de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, vai determinar se o garoto morreu enquanto era estuprado ou se foi atirado no rio Anhanduí ainda com vida. Por isso, para o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda a investigação, todos os esforços são agora para encontrar os restos mortais do menino.

Conforme apurou a equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o menino morreu no dia 25 de junho, dia em que saiu de casa para brincar e não voltou.

O testemunho de um adolescente, de 14 anos, que teria levado Kauan até a casa do estuprador, norteou a investigação. O suspeito nega ter cometido o crime.

Segundo o adolescente, quando o homem começou a violentar a criança, o menino se debatia, chorava bastante e gritava muito. Por isso, o homem pediu para o adolescente segurar as mãos do garoto enquanto ele tapava a boca do menino com a mão.

Minutos depois, Kauan parou de se debater e começou a sangrar pela boca. Foi quando o pedófilo e o adolescente constataram a morte e resolver se livrar do corpo.

Lauretto afirma que sem o corpo não é possível determinar a causa da morte, se a criança teve uma hemorragia ou foi asfixiada por exemplo. O delegado explicou ainda que Kauan pode ter ficado desacordado e ter sido atirado com vida no rio. “Pode ter só desfalecido, não tem como saber, por isso o foco é encontrar o corpo”.

Segundo o adolescente, o corpo foi colocado em saco preto e jogado no rio Anhanduí, no trecho da avenida Thirson de Almeida, continuação da Ernesto Geisel.

Suspeito de cometer crime chegando à delegacia (Foto: Yarima Mecchi)
Suspeito de cometer crime chegando à delegacia (Foto: Yarima Mecchi)

Perfil – O homem preso por estuprar e matar Kauan dizia ser professor, mas trabalhava com revenda de celulares, segundo a investigação.

Na residência do suspeito, foram encontrados vários filmes pornográficos e dois filmes do próprio homem tendo relações sexuais. O conteúdo da pornografia envolve meninos e meninas.

A polícia ainda apura se ele também não teria estuprado mais dois pré-adolescentes de 10 e 11 anos, além do adolescente de 14 anos que recebia dinheiro para levar crianças até a casa do suspeito.

O suspeito mora numa casa com dois quartos da Coophavilla 2, bairro onde Kauan estava na noite do dia 25 de junho, cuidando de carros.

Durante buscas pelo corpo na manhã de ontem, família se desespera (Foto: Marcos Ermínio)
Durante buscas pelo corpo na manhã de ontem, família se desespera (Foto: Marcos Ermínio)

Família – Na manhã deste domingo (23), por cerca de 40 minutos, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda a investigação sobre o assassinato de conversou com a mãe do garoto Janete dos Santos Andrade, 35, e outros familiares.

Ele deu detalhes da apuração e informou que diante de evidências e depoimentos, a polícia está certa que a criança foi estuprada até a morte, embora o corpo ainda não tenha sido encontrado.

Lauretto revelou que a família está inconformada. “É um dos casos mais difíceis da minha carreira”.
“Escoltada” por parentes, Janete saiu da delegacia chorando muito e preferiu não falar com a imprensa.

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