Perícia vai definir velocidade de carro e hora de acidente que matou jovem
Juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou investigação nas imagens de câmera que gravou capotagem no dia 11 de julho
Perícia nas imagens de câmera de segurança que gravaram a capotagem no Bairro Cabreúva que matou Bárbara Wsttany Amorim Moreira, de 21 anos, vai determinar a hora do acidente e a velocidade que o motorista, o namorado dela, conduzia o Peugeot 207.
A determinação é do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, pedido da defesa de Ricardo França Junior, o estudante de 24 anos acusado de homicídio pela morta da jovem, e do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
A intenção da defesa é provar que o acidente não aconteceu fora do horário do toque de recolher em Campo Grande –naquele 11 de julho, em vigor das 20h às 5h–, detalhe que chegou a ser usado contra o acusado para mantê-lo preso. O pedido de perícia foi feito pelo advogado João Ricardo Batista de Oliveira, na defesa prévia do cliente, anexada a ação penal no dia 3 de agosto.
Pelas imagens coletadas pela polícia, o acidente aconteceu às 20h17 daquele dia. Mas, segundo o defensor, “relatos informais de testemunhas presenciais e familiares, o acidente teria acontecido uma hora antes, aos exatos 19h17”. O advogado levanta a possibilidade de a câmera estar ajustada ao horário oficial de Brasília e não ao de Mato Grosso do Sul.
Por isso, quer que perito determine não só a hora do acidente, mas se as imagens são fidedignas, a marca e o modelo do equipamento que as captou e quem é o dono da câmera.

O advogado também diz discordar da acusação por homicídio doloso e embriaguez ao volante. “Ademais, a defesa discorda totalmente dos fatos narrados na peça acusatória, tendo em vista que os fatos não aconteceram como ali estão descritos. Aos olhos desta defesa, equivocada foi a assunção de tipicidade da suposta conduta, não se perfazendo justa causa para a instauração de ação penal”.
A defesa, contudo, diz se resguardar ao direito que apresentar os argumentos pela absolvição de Ricardo nas alegações finais.
No dia 5, o MPMS se manifestou contra o pedido. Entretanto, o promotor Wilson Canci Junior solicitou que, caso o juiz determinasse a investigação nas imagens, o perito também respondesse qual a velocidade permitida na Rua Onze de Outubro, onde o carro capotou, e qual era a velocidade do veículo conduzido por Ricardo.
O juiz decidiu então, no dia 6 de agosto, mandar fazer a perícia e deu prazo de 60 dias para que laudo seja entregue.
O acidente - Ricardo conduzia um Peugeot 207, desrespeitou o "Pare" no cruzamento da Rua Onze de Outubro com a Rua Santos Dumont, perdeu o controle da direção, bateu no muro de uma casa e capotou. A namorada, Bárbara, foi arremessada para fora do veículo e morreu na hora, teve o crânio esmagado.
A violência foi tamanha que vários moradores se assustaram com o barulho do impacto, consta no relatório do inquérito policial. E, conforme o croqui elaborado pela Polícia de Trânsito na cena do acidente, o carro parou a cerca de 20 metros do local onde arrancou lixeira e bateu na parede.
Naquele dia, apurou a polícia, Ricardo esteve duas vezes em conveniência do Bairro Cabreúva e comprou 38 cervejas. Para os profissionais que prestaram socorro, ele admitiu que havia bebido.
Ricardo foi preso no dia do acidente, quando foi levado para a Santa Casa, sob efeito de morfina e escolta policial. Quando recebeu alta, foi transferido para o Ptran (Presídio de Trânsito) de Campo Grande, de onde saiu pouco antes das 9h do dia 24 de julho.
Veja o vídeo: