"Abalado", estudante que causou morte da namorada terá atendimento psicológico
Ricardo França Junior está no Presídio de Trânsito, em Campo Grande, desde o dia 12 de julho

Preso desde 12 de julho pela morte da namorada de 21 anos em acidente de trânsito, o estudante de Educação Física Ricardo França Junior, de 24 anos, está "muito abalado". Sequer consegue falar do assunto e vai precisar de atendimento psicológico, segundo a informação do defensor dele, João Ricardo de Oliveira.
Ao Campo Grande News, o advogado disse ter solicitado o atendimento de saúde mental à direção do presídio onde o estudante está preso, o PTran (Presídio de Trânsito), no complexo penal da saída para Três Lagoas.
Ricardo está preso preventivamente desde o dia do fato, quando o veículo Peugeot 207 conduzido por ele bateu no muro de uma casa e capotou, na Rua 11 de Outubro, no Bairro Cabreúva.
No banco do passageiro, aparentemente sem cinto de segurança, estava a namorada do rapaz, Bárbara Wsttany Amorim Moreira, de 21 anos. Ela teve morte instantanêa, após ser arremessada para fora do carro.
Inquérito encerrado - Na sexta-feira passada (17), o delegado responsável pelo inquérito sobre o acidente que levou o rapaz à prisão, Ricardo Meirelles Bernadinelli, concluiu a peça investigatória, mantendo o enquadramento do caso como homicídio doloso.
Para a autoridade policial, ao dirigir em alta velocidade, mais de 100 km por ora conforme investigado, furar o pare e sob efeito de álcool, o motorista assumiu o risco de produzir o resultado trágico.
Agora, a peça vai para análise do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para oferta de denúncia. Na sequência, o juiz responsável, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Cara do Tribunal do Júri, avalia se transforma o motorista em réu.
Até agora, Ricardo não falou sobre o ocorrido. No dia do acidente, foi levado preso para a Santa Casa de Campo Grande, e não foi ouvido por estar desacordado.
Na audiência de custódia, na segunda-feira passada (13) falou apenas o necessário para a providência de consulta sobre a legalidade da prisão. Na delegacia, onde foi levado no mesmo dia, adotou o silêncio permitido em lei.
Carta lida - No presídio, conforme o defensor, também não consegue falar a respeito. O advogado João Ricardo de Oliveira disse que o cliente ficou muito emocionado quando leu para ele a carta escrita pela família de Bárbara, defendendo a liberdade do motorista.
A carta foi divulgada na semana passada. No entendimento expresso, o casal de namorados, que se conhecia desde a adolescência, foi vítima de uma fatalidade.
O advogado tenta conseguir a liberdade para o motorista. Segundo ele, o estudante tem endereço fixo, trabalha, cuida do filho de 8 anos, de outro relacionamento, e não oferece risco às investigações. O pedido tem de ser apresentado primeiro ao juiz do caso. Se for negado, cabe habeas corpus no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).