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Capital

Pessoas ligam de todo País, mas nada é revelado sobre origem de Lourival

Caso é investigado pela 7ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. Sem registro de nascimento e com questionamentos acerca de sua identidade, corpo de Lourival está há quase 5 meses no Imol

Izabela Sanchez | 22/02/2019 07:55
Lourival Bezerra Sá, que morreu aos 78 anos em Campo Grande (Foto: Divulgação)
Lourival Bezerra Sá, que morreu aos 78 anos em Campo Grande (Foto: Divulgação)

Lourival Bezerra Sá tinha 78 anos quando faleceu, em Campo Grande, depois de um infarto e, quando o corpo foi encaminhado ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal), descobriu-se que apresentava genitália feminina. Viveu como homem, até onde se conhece, por toda a vida, mas sua morte criou um impasse judicial. Preso no Imol, o corpo não pode ser enterrado porque não há nome de registro.

O caso ganhou repercussão nacional após ser noticiado, pela primeira vez, pelo programa Fantástico, que vai ao ar nas noites de domingo na rede globo de televisão. Chamou atenção de pessoas em todo o Brasil, que ligam para a delegada Christiane Grossi, da 7ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, pensando ter alguma ligação com Lourival.

“Algumas pessoas de vários lugares do país ligaram, a gente foi eliminando, ontem ligou uma pessoa, semana passada ligou outra”, conta a delegada. Outra pista seria um namorado da ex-mulher. Lourival, que era casado com a cuidadora e vivia em Campo Grande, viveu também com Maria Odélia, com quem registrou quatro crianças.

A separação ocorreu em 1980. Em 1985, durante uma viagem com um namorado, que, segundo a polícia, se chama Anísio, ela morreu em um acidente. Até agora, nenhuma pista do paradeiro de “Anísio”. “Não apareceu, a gente tinha um primeiro nome, mas é um nome comum. Está na mesma [investigação], estamos aguardando algum retorno de alguns ofícios, para institutos de identificação”, conta a delegada.

A única saída, agora, pontua a delegada, é que alguma pessoa com vínculo familiar ou que conhece a “origem” de Lourival, entre em contato. Enquanto isso, o corpo aguarda, há quase 5 meses, no Imol.

A demora e as discussões sobre a identidade de Lourival motivaram ação da Aliança Nacional LGBTI+, que pediu ao Ministério Público do Estado o registro civil tardio de nascimento e gênero de Lourival. No documento enviado também para a Defensoria Pública, a Aliança justifica o pedido dizendo que a questão do gênero de Lourival já foi resolvida quando o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) julgou por unanimidade quanto à desnecessidade da cirurgia de transgenitalização – cirurgia de mudança de sexo – para que seja necessário a alteração de registro.

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