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Capital

Polícia finaliza inquérito e mantém preso autor de 22 anos de tortura e cárcere

Graziela Rezende | 10/01/2014 09:09
Agressor permanece preso. Foto: Graziela Rezende
Agressor permanece preso. Foto: Graziela Rezende

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava os crimes de tortura e cárcere privado contra uma mulher de 44 anos e os quatro filhos. O agressor, Ângelo da Guarda Borges, 58 anos, cometeu a barbárie com a esposa por 22 anos, segundo investigações policiais. A pena dele, com o agravante dos crimes cometidos contra as crianças, será superior a 30 anos.

Segundo a delegada Rosely Molina, o inquérito já foi encaminhado ao Poder Judiciário e o pedreiro continua preso. Com as investigações, além de confirmar as agressões contra a sua família, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, ele já havia mantido outros dois filhos e duas mulheres, por 11 anos.

No primeiro casamento, Ângelo ainda é acusado de estuprar a filha, que na época tinha 10 anos. Foi ela quem entrou em contato com a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), após o caso ser divulgado na imprensa. A delegada porém explica que, como o crime ocorreu há décadas, a vítima “perdeu” o direito de denunciá-lo por este fato.

Já o filho de 34 anos, que atualmente reside em outro Estado, conta que “se lembra muito bem das inúmeras agressões sofridas pelo pai”. Em depoimento, ele disse que “sabia que a prisão de Ângelo uma hora ou outra iria ocorrer, porque ele só fazia coisas erradas”.

Ângelo nega os crimes. Ele não possuía antecedentes criminais e agora responderá por ameaça, lesão corporal dolosa e cárcere privado. As crianças, no entanto, relatam em detalhes sobre a rotina que viviam, inclusive apontando as agressões na qual eles e a mãe eram submetidos.

Crime – O acusado manteve, por 22 anos, a esposa Cira da Silva, 44, e quatro filhos, de 15, 13, 11 e 5 anos, em situação de cárcere privado. Segundo relatos, ele espancava a família todos os dias e dava apenas arroz para as crianças comerem.

A mulher e os filhos estão abrigados em uma casa de apoio do Estado. Eles devem permanecer no abrigo por um prazo de até 90 dias. De lá, a família deve seguir para a casa de Adão da Silva, 73 anos, pai de Cira e avô das crianças.

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