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Capital

Polícia nega tiro acidental e diz que marido matou esposa por medo de separação

Jussara Gimenez Pereira dos Santos, 60 anos, foi morta no dia 26 de setembro; marido está preso

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 14/10/2024 11:49
Revólver calibre 38 foi encontrado no local onde crime aconteceu (Foto: Divulgação | PCMS)
Revólver calibre 38 foi encontrado no local onde crime aconteceu (Foto: Divulgação | PCMS)

Apesar de alegar ter atirado acidentalmente na esposa, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) chegou à conclusão de que o homem de 54 anos matou Jussara Gimenez Pereira dos Santos, de 60 anos, por medo de ser deixado por ela. O crime aconteceu no dia 26 de setembro, em Campo Grande. O homem está preso, mas o nome dele não foi revelado pela polícia.

A delegada Elaine Cristina Benicasa, titular da Deam, concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira (14) e revelou algumas informações sobre a investigação. Explicou que tomou conhecimento sobre o fato após o próprio marido levar Jussara ferida ao hospital.

Na unidade de saúde, Jussara chegou a falar com familiares e revelou que tudo se tratava de acidente. Contudo, ela não resistiu e morreu no dia seguinte. O marido sumiu do hospital, fato que levantou suspeita na polícia. Ele só foi localizado dois dias depois, em 30 de setembro.

Preso, o homem continua mantendo a alegação de que o tiro foi acidental, mas apresentou depoimento contraditório ao revelar os fatos que antecederam o momento do tiro. "No dia do crime, o casal iria para São Gabriel do Oeste e a ideia era que eles passassem em um atacadista na Avenida Duque de Caxias e depois seguiriam viagem. Porém, o fato aconteceu próximo ao Detran e não tinha muita lógica esse percurso", disse Benicasa.

Sobre isso, o homem alegou que fez outro trajeto porque decidiu prestar auxilio ao pai, que estava com problemas no carro. "Disse que iria emprestar uma chave de roda, mas investigação descobriu que o pai não estava na cidade, não teve o carro quebrado e que o veículo nem estava em Campo Grande", revela a delegada.

Questionado sobre o tiro, o marido disse que tinha intenção de tirar a própria vida e por isso foi em direção ao Detran para conversar com Jussara. "Para que ela tivesse cautela e cuidasse dos filhos deles", disse a policial. Contudo, a arma estava dentro de um travesseiro e, segundo o marido, quando ela puxava da mão dele, houve o disparo.

Aos policiais, o homem disse que não tinha intenção de que a esposa o visse atirando contra si próprio, mas não soube explicar porque a levou até o local, levando em conta o fato de que a mulher nem sabia dirigir para depois voltar sozinha.

O marido alega que Jussara jogou a arma e o travesseiro em área de mato, próxima ao Detran, o que também foi descartado pela investigação. A polícia também analisou câmeras de segurança, que mostram a vítima dentro do carro. "Mostram a Jussara debruçada sobre o painel do veículo e que ele rodou com ela ferida mais de 20 km antes de deixá-la na Santa Casa", disse a delegada Analu Ferraz.

A investigação descobriu que nos últimos dias o marido desenvolveu um ciúme possessivo. "Olhando o celular da vítima a todo momento", disse Analu. O motivo era porque ele desenvolveu doença de Parkinson e tinha medo de ser deixado. "A polícia trabalha com a hipótese de que ele não queria que ela não tivesse um futuro relacionamento quando ele piorasse", revelou Ferraz.

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