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Capital

Polícia refaz últimos momentos de idosa assassinada

Ivonete foi espancada durante um assalto, conseguiu pedir socorro, mas não resistiu

Geisy Garnes e Bruna Marques | 03/12/2021 11:45
Suspeito apontou à polícia todos os passos no dia do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)
Suspeito apontou à polícia todos os passos no dia do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)

A rotina na Rua Peruíbe, na Moreninha 3, foi interrompida pela movimentação de viaturas nesta manhã (3). Policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) e guardas civis municipais fecharam a via para reproduzir os fatos que levaram a morte de Ivonete Brandão Martins, de 64 anos, em 8 de novembro.

Ivonete foi espancada durante um assalto, conseguiu pedir socorro e foi levada para atendimento médico, mas não resistiu. O autor do crime, identificado apenas Caique, foi preso dias depois e hoje, voltou ao local em que agrediu violentamente a vítima para mostrar à polícia todos os passos que o levaram a casa dela no dia.

A chamada reprodução simulada começou por volta das 9h30 e durou cerca de uma hora. Neste tempo, o trecho da via que liga as ruas Amapá Doce e Bicuíba ficou interditado.

A rua foi interditada e dominada por viaturas da Polícia Civil e da Guarda Municipal. (Foto: Henrique Kawaminami)
A rua foi interditada e dominada por viaturas da Polícia Civil e da Guarda Municipal. (Foto: Henrique Kawaminami)

Acompanhado do advogado, dos delegados da especializada e de investigadores, Caique mostrou que desceu andando a rua até chegar à casa de Ivonete. O cadeado que protegia a entrada estava destrancado, então, ele não teve dificuldade para invadir o local. Já na residência, se escondeu para observar a vítima. Sem saber que o assaltante estava no quintal, Ivonete trancou o portão. Quando retornou, foi abordada por Caique.

Segundo o delegado Fábio Brandalise, a reprodução desta manhã tem a intenção esclarecer justamente como foi esse encontro, o tempo que o preso ficou na casa e outros pontos de contradição no depoimento dado pelo investigado. “Vamos apurar o que realmente aconteceu dentro da casa, confrontar o depoimento dele com a provas encontradas na perícia”.

Ainda conforme o delegado, tudo indica que Caique surpreendeu Ivonete na sala. Foi no chão do cômodo que a dentadura da moradora foi encontrada caída, além de sinais de luta. Assim que se deparou com o bandido, a mulher reagiu e ali começou a ser agredida. Depois, foi trancada no banheiro da casa.

Caique agrediu a vítima violentamente. Apesar dos laudos ainda não estarem prontos, as lesões indicam que ela levou chutes no peito e no abdômen, além de socos e mais chutes no rosto. Ficou ferida por vários minutos no banheiro. “Mesmo assim ela lutou pela vida. Tirou as dobradiças da porta para conseguir sair, mesmo muito ferida, foi andando até a casa de um parente e ele que socorreu ela”, detalhou o delegado. Mesmo assim, não resistiu.

Um dos pontos de contradição do suspeito, afirma Brandalise, foi o tempo que Caique ficou na casa. “Uma hora fala meia-hora, outra fala que foi menos”. O que se sabe, é que depois de agredir e trancar a moradora, o rapaz revirou os quartos, pegou cerca de R$ 1 mil, dois celulares, um relógio e fugiu pulando o portão. “Voltou para a Rua Amapá Doce”.

Com as informações recolhidas hoje, a polícia espera encerrar a investigação, no entanto, qualquer novo detalhe pode alterar os rumos do inquérito.

Uma das hipóteses levantada desde o início das apurações, é o envolvimento do inquilino da idosa, que supostamente teria pago o aluguel a ela no mesmo dia do assalto. Até o momento, no entanto, não há qualquer indício que comprove a situação ou ligue o rapaz que morava aos fundos da residência de Ivonete ao crime.

Delegado responsável pelo caso, Fábio Brandalise, espera concluir a investigação após a simulação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado responsável pelo caso, Fábio Brandalise, espera concluir a investigação após a simulação. (Foto: Henrique Kawaminami)


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