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Capital

Por reajuste salarial de 355%, médicos mantêm início de greve na quarta

Flávia Lima | 30/04/2015 13:57
Serviços essenciais serão mantidos com 30% dos profissionais que atendem nas UPAs . (Foto:Arquivo/Alcides Neto)
Serviços essenciais serão mantidos com 30% dos profissionais que atendem nas UPAs . (Foto:Arquivo/Alcides Neto)

O pedido de paciência feito aos médicos da rede municipal pelo secretário de Saúde do município, Jamal Salém, não sensibilizou o sindicato da categoria, que vai manter a paralisação decidida em assembleia na noite desta quarta-feira, na Capital. Eles querem reajuste de 355% no salário.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Valdir Siroma, a classe não recuará da decisão, já que tenta negociar um reajuste com a prefeitura desde janeiro, quando enviou a primeira proposta. O pedido era de subir o salário base que hoje é de R$ 2.580,00 por 20 horas semanais para R$ 11.756,00, seguindo recomendação da Federação Nacional dos Médicos.

A categoria também reclama dos cortes nas gratificações, que elevavam os salários para uma média de R$ 5 mil. Siroma explica que dos 1,4 mil médicos da rede, 706 são concursados e o restante, contratado. Porém, entre os concursados, no máximo 400 recebem as gratificações, já que elas são destinadas a profissionais que atuam em serviços específicos, como atendimento básico e ambulatórios e programa Saúde da Família. “Esse valor das gratificações foi estabelecido em decretos de 2002, 2005 e 2011. Já constam na receita do município”, afirma.

Outra reivindicação encaminhada no início do ano à administração municipal era quanto a elevação de R$ 56,00 para R$ 100,00 a hora do plantão. “Ano passado tivemos 7% de reajuste, o mesmo índice aplicado aos demais servidores. Não dá para um profissional com nível superior, que enfrenta os nossos problemas, trabalhar por esse valor”, diz. Ele ressalta que a categoria cogitou parar as atividades em março, mas voltou atrás devido a demanda de casos de Dengue e Chikungunya, que lotaram os postos de saúde.

O presidente do sindicato ainda destaca que a categoria chegou a enviar uma contraproposta ao secretário de Saúde, mas também não obteve resposta. “A população mais uma vez será prejudicada, mas o descaso com a categoria é muito grande. Basta ver como a prefeitura está tratando o problema da Santa Casa, sem renovar o convênio. Chegamos no fundo do poço”, destaca.

Siroma explica que já enviou comunicado a prefeitura avisando sobre o início da greve, mas alerta que os serviços essenciais e de emergência na UPAs e centros regionais de saúde 24 horas serão mantidos com 30% dos funcionários, como determina a lei.

União - Em nota publicada no site da prefeitura no final da manhã desta quinta-feira (1), a gestão municipal se diz preocupada com a relutância dos médicos e manter a paralisação, destacando que “a população, e não a administração municipal, será a grande prejudicada com um movimento desse tipo, dado o risco de instalação do caos no sistema público de atendimento médico”.

Ainda no texto, a prefeitura destaca que o País vive um aumento expressivo dos casos de dengue, que até agora seguem sob controle em Campo Grande, mas que qualquer retrocesso no atendimento representa sério risco. “O momento é de união por um objetivo comum: oferecer o melhor atendimento à população em meio a um quadro de crise que afeta todo o País, em razão das arrecadações em queda e da economia estagnada”, diz trecho da nota.

Assim como o prefeito Gilmar Olarte (PP) vem destacando ao longo da semana, a assessoria ressalta no texto que “o município passa por um período de medidas de ajustes para garantir uma máquina enxuta e eficiente e manter tanto o pagamento do funcionalismo em dia quanto os investimentos em obras e serviços, que assegurem o funcionamento a contento das estruturas municipais”.

A prefeitura também esclarece que sempre esteve aberta ao diálogo, mas reforça que não há como abrir mão de medidas de contenção de gastos, já tomadas, para beneficiar apenas uma categoria de servidores. De março para abril, a administração afirma no texto que as providências tomadas já reduziram em R$ 12 milhões a folha de pagamento, assegurando o pagamento em dia dos salários.

O texto encerra ressaltando que a administração continua aberta ao diálogo, mas que o momento exige compreensão de todas as categorias.

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