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Capital

Promotora apela à emoção e diz que júri direciona "a Campo Grande que queremos"

Luciana destacou que o atual júri é um divisor de águas para a Justiça e para a cidade

Lucia Morel, Anahí Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 19/07/2023 17:35

“Mais que pela morte do Matheus, esse júri diz respeito à sociedade que queremos daqui pra frente”. Em apelo emocionado, a promotora de justiça Luciana do Amaral Rabelo iniciou a réplica do júri popular pela morte de Matheus Coutinho Xavier em abril de 2019 e que descortinou série de crimes de pistolagem em Campo Grande.

Atuando no Tribunal do Júri há 27 anos, Rabelo afirma que caso a caso percebe que as decisões tomadas pelos jurados lá se referem mais que aos crimes em si, mas à justiça que se espera ser feita. Também destacou que o atual júri é um divisor de águas para a Justiça e para a cidade.

“Há mais de 20 anos, estou aqui todas as semanas e vejo que tenho me dirigido a uma sociedade que quer se ver livre de feminicídios, de homicídios cometidos por organizações criminosas. Uma sociedade que tem a lei respeitada, em que as autoridades policiais e investigativas, em que as instituições são respeitadas”.

Ela citou inclusive o Hino de Mato Grosso do Sul, dizendo que “a pujança, o celeiro de fartura, a grandeza do nosso Estado não está na sua vegetação, não está no Pantanal, mas sua grandeza está em sua gente, na gente que formou a cidade de Campo Grande”, ressaltou ao lembrar que o fundador José Antônio Pereira também precisa ser honrado e ao começar o município não sonhava em uma cidade que teria mortes por tiros de fuzil.

A promotora de justiça Luciana do Amaral Rabelo (Foto: Henrique Kawaminami)
A promotora de justiça Luciana do Amaral Rabelo (Foto: Henrique Kawaminami)

“Qual Campo Grande queremos daqui pra frente?”, questionou aos jurados, apelando para que eles votem de acordo com as premissas e provas apresentadas pelo Ministério Público.

“Não importa se o fuzil que matou o Matheus foi apreendido ou não. O acusado de ser o líder da organização (Jamil Name Filho) já foi condenado por organização criminosa, foi apreendido grande arsenal bélico de sua propriedade e que Marcelo (Rios) cuidava. Eles usavam sim veículos roubados e furtados para dificultar a identificação de provas e de autoria”, enumerou.

Ela lembrou também que o pai de Matheus, Paulo Xavier, percorreu a Avenida Afonso Pena com "o coração do filho nas mãos" no dia em que ele foi executado em busca de ajuda e, assim, a promotora pediu, quase ao final de sua fala, aos jurados que “na hora que forem para a sala secreta, que vocês votem de acordo com a lei, com as provas do processo e com vossas consciências”.

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