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Capital

Promotora considera remota hipótese de mais envolvidos em morte de Marielly

Aline dos Santos | 25/07/2011 09:54
Suspeito de fazer aborto que terminou na morte da jovem, Jodimar jura inocência. (Foto: Simão Nogueira)
Suspeito de fazer aborto que terminou na morte da jovem, Jodimar jura inocência. (Foto: Simão Nogueira)

A promotora Paula Volpe solicitou quebra de sigilo telefônico de algumas pessoas que mantiveram contato com os presos no Caso Marielly, mas avalia como remota a participação de mais pessoas no crime.

A estudante Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, foi encontrada morta no dia 11 de junho em um canavial de Sidrolândia. Ela morava em Campo Grande e estava desaparecida desde 21 de maio.

No último dia 12 de julho, foram decretadas as prisões temporárias, válidas por 30 dias, do cunhado da jovem, Hugleice da Silva, e do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, acusado de fazer o aborto mal sucedido que resultou na morte de Marielly.

De acordo com a promotora, as novas quebras de sigilo telefônico são para finalizar a investigação. Na última sexta-feira, foi divulgado que seriam investigados os colegas de trabalho da jovem e Hugleice.

Responsável pelo caso, o delegado Fabiano Nagata afirma que pretende finalizar o inquérito nesta semana. A polícia ainda aguarda resultado da perícia na caminhonete L-200 de Hugleice.

Nesta semana, um segundo veículo utilizado por ele será enviado para perícia. A busca é por vestígios de sangue. Depois de várias negativas, o cunhado confessou ter mantido relacionamento com Marielly, pago R$ 500 pelo aborto, levado a jovem até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, e levado o corpo até o canavial.

Ele afirma que pode ser o pai, mas não confirma a paternidade. “Pelo fato de ter feito tudo isso, leva a crer que é o pai”, avalia o delegado. Apesar das confissões, Hugleice não sabe explicar como conseguiu uma caixa de fibra de vidro, tipo um caixão, para transportar o corpo até o canavial.

Preso em Sidrolândia, Jodimar segue jurando inocência. Advogado de defesa do enfermeiro, David Moura de Olindo relata que fez à justiça de Sidrolândia uma série de pedidos na tentativa de provar a inocência do suspeito.

“Pedi as imagens da câmera o aeroporto do dia do desaparecimento, exame psicológico da testemunha que diz ter visto a Marielly na casa do Jodimar”, afirma. A jovem teria sido vista chorando no banheiro do aeroporto,

Para ele, a estratégia da defesa de Hugleice é que ele seja denunciado por aborto seguido de morte e ocultação de cadáver. “Daria uma pena de seis anos. Que não é nem o começo de uma pena por homícidio”.

Conforme a promotora Paula Volpe, o MPE (Ministério Público Estadual) aguarda o fim do inquérito para avaliar se os acusados serão denunciados por homicídio ou aborto seguido de morte (pena de 2 a 8 anos), com ocultação de cadáver. A pena para homicídio doloso pode chegar a 30 anos.

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