Recado no muro fez diminuir assaltos, mas tráfico segue forte no Zé Pereira
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Entre pichações com marcas do PCC (Primeiro Comando da Capital) espalhadas pelos muros do bairro Zé Pereira, a frase “proibido roubar na quebrada” chama atenção. Reafirmando o aviso, moradores e comerciantes contam que recado no muro tem surtido algum efeito. Pelo menos não se vê tantos relatos de assaltos pelas ruas, mas outro problema continua, o tráfico segue forte no bairro.
Indicada pelos moradores como uma das vias mais movimentadas, é na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho Baís onde fica o aviso sobre roubos, no muro de escola municipal. Sem pensar duas vezes, morador, que preferiu não se identificar, diz que furtos e assaltos são raros no bairro, mas que incômodo óbvio é a presença de drogas nas ruas.
Não tem hora para acontecer, é de manhã, de tarde e de noite. É aquela história né? Se você não pode ir contra, precisa se unir. Então a gente não fala mal e trata todo mundo bem porque se for contra isso, pode acontecer alguma coisa".
Há 28 anos no bairro, o aposentado diz que os alvos da violência são os que se envolvem com o consumo e venda de drogas, mas que medo da criminalidade respigar nos moradores não deixa de existir. “Eles brigam entre eles, isso sim acontece. Gente de outro bairro que vem aqui e acaba acontecendo algum problema porque acham ruim”, explica.
Já acostumada com as movimentações, Josiane Camargo, de 42 anos, acredita que o bairro é lugar tranquilo para se viver. Para a autônoma, o tráfico é focado em vias específicas da região.
“Eles ficam nas esquinas, mas não mexem com ninguém. Você pode ver inclusive que a gente fica aqui fora junto com as crianças sem problema, às vezes ficamos até um pouco mais tarde".
Atenção redobrada - Não tão tranquila, comerciante que mora no Zé Pereira há 20 anos conta que educação dos filhos precisa ser adaptada à realidade. “Quem tem filho e se preocupa, mantém dentro de casa. Você vê adolescente se envolvendo [com a criminalidade] e é difícil. Eu não deixo meus filhos sozinhos fora de casa, só saem acompanhados da gente e a educação vai nessa linha”, diz.
Ela explica que a presença de integrantes do PCC no bairro não é novidade, mas que força do tráfico parece ter aumentado.
Você vê tudo acontecendo na cara dura. Na parte da manhã, eles ficam nas calçadas usando droga direto. Acho que precisava de um posto policial por aqui, talvez ajudasse a dispersar e resolver ao menos inicialmente o problema".
Para Carlos Eduardo Silva Reisi, de 30 anos, o bairro contrasta em cenários. “Trabalho aqui tem dois anos e não tenho do que reclamar. Você não ouve sobre crime acontecendo, ainda mais de dia. Já durante a noite sabemos que é feio”, relata.
Resumindo a opinião geral, Carlos diz que o conselho é manter os olhos abertos. “A gente sabe os pontos específicos que tem tráfico e sabe que depois de certo horário a coisa pega mais forte. Sabendo dos focos, é só cuidar e não ir por perto, não ficar vacilando”.
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