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Capital

Reforma do ProntoMed causará caos na saúde, alerta coordenador do Samu

Ricardo Campos Jr. | 09/01/2015 16:33
Reforma no área de emergência particular pode causar transtornos (Foto: Marcos Ermínio)
Reforma no área de emergência particular pode causar transtornos (Foto: Marcos Ermínio)

O fechamento do ProntoMed por quatro meses deve causar caos no atendimento de emergência e urgência da rede privada em Campo Grande. A denúncia é do coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Eduardo Cury, que pediu a intervenção do MPE (Ministério Público Estadual) para impedir o fechamento da área privada da Santa Casa de Campo Grande. 

A ala, que atende exclusivamente pacientes conveniados ou com planos de saúde, passará por obras que irão durar 120 dias. O principal problema, segundo o médico, é que a rede privada de saúde não tem estrutura para atender casos graves de urgência e emergência, o que poderia sobrecarregar o sistema.

“Essa reforma na verdade ela nos pegou de surpresa na Secretaria de Saúde e do Samu. Nós não participamos em nenhum momento de uma discussão de um novo fluxo de atendimento para os pacientes”, afirma Cury.

A intenção dele ao protocolar o pedido é “abrir uma conversa para que haja gestão adequada e que a Santa Casa apresente um plano alternativo para atendimento dessas pessoas”.

O receio do coordenador do Samu é que pacientes com plano de saúde tenham que ser encaminhados ao pronto socorro do próprio hospital, ou seja, pelo SUS. “Esse fluxo que nós queremos discutir. Vai aumentar o numero de consultas para um sistema que está sobrecarregado”, afirma. “Não quer dizer que nós somos contra a reforma”, completa.

Projeto – A Santa Casa entende que a reforma do ProntoMed, porta de entrada dos pacientes particulares no hospital, irá aumentar a capacidade de atendimento, gerará renda e irá promover maior autonomia da instituição com relação ao poder público.

“São 120 dias necessários para que nós possamos adequar, otimizar espaços e reduzir custos”, disse o superintendente do hospital, Roberto Madid. Atualmente a situação é de abandono. Há portas e batentes de madeira corroídos, pisos quebrados, remendos no forro de gesso, paredes rachadas, entre outros danos. Foram oito anos sem qualquer tipo de obra, período de intervenção do poder público.

A planta do setor continuará a mesma. Serão feitas apenas readequações. Haverá aumento na quantidade de leitos de observação, que passarão de 20 para 23. A previsão do superintendente é aumentar a capacidade de atendimento em 50% a 60% após as obras.

Hoje trabalham no ProntoMed 65 pessoas, entre enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e administrativos. Durante as intervenções eles serão colocados em outras alas da Santa Casa, retornando assim que houver a reabertura. Madid afirma que não é descartada possibilidade de aumentar o efetivo se realmente houver uma demanda superior de pacientes.

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