Réu chora e afirma que matou esposa sem querer: “arma disparou sozinha”
Lucilene Freitas dos Santos foi atingida na cabeça e chegou a ser socorrida, mas não resistiu ao ferimento
Claudinei Aparecido da Silva sentou-se no banco dos réus do Tribunal do Júri de Campo Grande, nesta quinta-feira, acusado de matar a esposa Lucilene Freitas dos Santos, de 33 anos, com um tiro na cabeça. O crime aconteceu em 10 de outubro do ano passado, no Bairro Jardim Presidente, durante a comemoração do aniversário dos quatro filhos do casal.
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Em julgamento realizado em Campo Grande, Claudinei Aparecido da Silva, acusado de matar a esposa Lucilene Freitas dos Santos com um tiro na cabeça, alegou que o disparo foi acidental. O crime ocorreu durante a comemoração do aniversário dos quatro filhos do casal, em outubro do ano passado, no Bairro Jardim Presidente. Durante o depoimento, o réu admitiu ter comprado ilegalmente a arma por R$ 2,5 mil, alegando estar sendo ameaçado por um tio. Claudinei confessou ter consumido cocaína e bebidas alcoólicas no dia do crime. O julgamento foi suspenso e remarcado para 21 de agosto devido à indisposição de um dos jurados.
Durante o julgamento, Claudinei chorou e alegou que o disparo foi acidental. “Estava bêbado, não sei o que deu na minha cabeça. Peguei a arma de cima do guarda-roupa e ela disparou sozinha. Do jeito que eu peguei e abaixei a mão, ela atirou”, declarou o réu.
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“Quando vi, minha esposa estava caída. Tentei socorrê-la. Saí correndo, chamei os vizinhos.” Segundo ele, a noite ocorria normalmente até o momento do disparo. “Estávamos comemorando o aniversário dos meus filhos, assando carne. Meu cunhado também estava lá. Não teve discussão nem nada”, afirmou.
Apesar da versão de acidente, Claudinei admitiu que não tinha porte legal para o revólver e que havia comprado a arma por R$ 2,5 mil, 15 dias antes do crime. Justificou a aquisição dizendo que estava sendo ameaçado por um tio paterno. “Ele ameaçou meu pai também, e até fez boletim de ocorrência.”
O réu disse ainda que mantinha a arma escondida em cima do guarda-roupa e que, no momento do crime, pensava em colocá-la no telhado para manter fora do alcance das crianças. Os quatro filhos do casal estavam no quarto ao lado.
Ao ser questionado pela promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani, Claudinei revelou que havia usado cocaína naquele dia e que também ingeriu conhaque em um bar com amigos antes de voltar para casa. Disse ainda que a esposa sabia da existência da arma.
“Desisti de comprar uma geladeira para comprar a arma. Só comprei porque estava sendo ameaçado”, afirmou. Após o crime, Claudinei fugiu levando a arma. Alegou que temia por sua vida. “Fugi porque os vizinhos falaram que a polícia ia me matar”, justificou. Ele foi localizado e preso três dias depois, na casa de um primo no bairro Estrela Dalva. Na ocasião, afirmou que pretendia se entregar, mas foi encontrado um dia antes.
Após o depoimento do réu, o júri foi interrompido por uma pausa e, na retomada, o juiz Carlos Alberto Garcete anunciou a dissolução do conselho de sentença. “Um dos jurados sorteados não teve condições de continuar, e por conta disso, dissolvo o conselho e redesigno o julgamento para o dia 21 de agosto”, informou o magistrado.
Feminicídio - De acordo com o boletim de ocorrência, equipe da PM (Polícia Militar) foi acionada por volta das 21h daquele dia e, quando os militares chegaram, encontraram a vítima caída no chão do quarto com a lesão na cabeça. O Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram chamados.
Após o primeiro atendimento, a mulher foi levada para a Santa Casa. O marido dela não foi encontrado e, segundo relato da filha, ela estava dormindo na hora do tiro e afirmou que seu pai estava junto com sua mãe na casa momentos antes, mas depois ele não foi mais visto.
O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). No entanto, por volta 10h40 de hoje, ela acabou não resistindo e morreu na Santa Casa. Conforme boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, ela deu entrada no hospital sem identificação.
Claudinei foi preso dois dias depois escondido na casa de um primo. Com ele foi encontrada a arma usada no crime, um revólver calibre 32. Ele foi encaminhado por equipe do BPChoque (Batalhão de Choque) para a delegacia onde ficou à disposição da Justiça.
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