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Capital

Ruas viram depósito de lixo, entulhos e cemitério de animais em bairros

Alan Diógenes | 20/03/2015 08:49
No Bairro Nova Campo Grande é possível encontrar montanhas de restos de construção no meio da rua. (Foto: Marcelo Calazans)
No Bairro Nova Campo Grande é possível encontrar montanhas de restos de construção no meio da rua. (Foto: Marcelo Calazans)
Moradora disse que motoristas têm dificuldade de trafegar devido ao entulho. (Foto: Marcelo Calazans)
Moradora disse que motoristas têm dificuldade de trafegar devido ao entulho. (Foto: Marcelo Calazans)

Moradores de alguns bairros de Campo Grande continuam sofrendo com a quantidade de entulhos e lixo que pessoas descartam nas ruas. Em alguns locais condutores não conseguem passar com os veículos e a população teme que a sujeira provoque doenças.

No Bairro Nova Campo Grande, duas montanhas de restos de construção foram despejadas no meio da Rua 26. Neste caso, a atitude foi proposital porque a pessoa que despejou queria acabar com a lagoa que se forma no “local” todas as vezes que chove. O problema é que agora a rua ficou intransitável.

“É complicado porque tentaram ajudar, mas acabaram complicando ainda mais. Pela rua passam muitos caminhões e os motoristas têm de desviar dos entulhos e acabam subindo em cima das calçadas. Sem falar que quem não conhece o bairro durante a noite não consegue enxergar o entulho o que aumenta o risco de acidentes”, comentou a assistente comercial Thaynara Dantas de Oliveira, 18 anos.

Segundo o morador Amauri Bitencourt, 27, são os próprios moradores do bairro que jogam os restos de construção. “Uns jogam para ajudar por que isso aqui antes era um brejo, outros por que não tem onde jogar mesmo. Para mim falta um serviço bem feito de drenagem aqui, depois um cascalhamento, que já resolveria a situação”, mencionou.

Já o motorista Rubens Pires Ribeiro, 46, acredita que o fato das pessoas jogarem os restos ajuda a melhorar a rua. “Se não fosse por isso, não conseguiríamos nem passar por aqui por causa do lamaçal. A água da chuva desce do Bairro Serradinho e fica acumulada neste local. Esses dias um caminhão quase tombou”, salientou.

Morgana disse que moradores jogam até animais mortos em vala do Santa Emília. (Foto: Marcelo Calazans)
Morgana disse que moradores jogam até animais mortos em vala do Santa Emília. (Foto: Marcelo Calazans)
Silvio teme que lixo provoque doenças nos moradores. (Foto: Marcelo Calazans)
Silvio teme que lixo provoque doenças nos moradores. (Foto: Marcelo Calazans)

Políticos prometeram asfaltar as ruas do bairro antes das eleições do ano passado, mas isso não aconteceu. É o que relata o dono de borracharia Paulo Nowaçki, 63. “Só ficou na promessa mesmo. Para resolver os próprios moradores começaram a cascalhar a rua com entulhos. Essas ruas eram para estar asfaltadas faz é tempo já”.

No Jardim Santa Emília a situação não é diferente. Conforme moradores, uma valeta foi aberta pela prefeitura para o escoamento da água da chuva na Rua Conde de Boa Vista. O problema é que a população aproveitou o buraco para descartar lixo, podas de árvores e até mesmo animais mortos. “Eles jogam de tudo, é pneu velo, é geladeira velha e até bicho morto. Não respeitam nem a frente da casa da gente”, criticou a designer de interiores Morgana Fonseca.

O aposentado Silvio Roberto Chagas, 60, disse que desistiu de limpar a frente de sua chácara. “A gente limpa hoje, amanhã está tudo sujo de novo. Isso aqui é o caos. A água fica parada e nosso medo é da dengue e a febre chikungunya. Já até briguei com vizinhos que estavam jogando lixo aqui. Até mesmo o carro de um vizinha caiu dentro dessa vala”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria da prefeitura na noite de quinta-feira (19), para saber qual solução pode ser tomada, mas as ligações não foram atendidas.

Rua deserta é usada como depósito de lixo no Santa Emília. (Foto: Marcelo Calazans)
Rua deserta é usada como depósito de lixo no Santa Emília. (Foto: Marcelo Calazans)
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