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Capital

Sargento da PM executado já integrou o DOF e se aposentou em 2015

O policial militar foi assassinado na manhã desta segunda-feira; o carro dele foi atingido por pelo menos 35 tiros de fuzil

Anahi Zurutuza | 11/06/2018 10:43
Sargento Ilson Martins posa para foto durante homenagem que recebeu na Assembleia Legislativa (Foto: Wagner Guimarães/ALMS/Divulgação)
Sargento Ilson Martins posa para foto durante homenagem que recebeu na Assembleia Legislativa (Foto: Wagner Guimarães/ALMS/Divulgação)

O 1º sargento Ilson Martins de Figueiredo, policial militar de 62 anos assassinado com tiros de fuzil AK-47 nesta manhã em Campo Grande, foi reformado (aposentado definitivamente) em 21 de outubro de 2015, conforme decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e publicado no Diário Oficial do Estado do dia 3 de novembro do ano passado.

Figueiredo ingressou na PM há 43 anos, em 1975, e foi para a reserva após 22 anos de carreira, em 1997. O sargento atuou por muito tempo em Dourados – a 228 km de Campo Grande – e foi indicado para chefiar a segurança da Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Zé Teixeira (DEM), que tem base eleitoral na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

O próprio parlamentar confirmou ao Campo Grande News ter feito a indicação há cerca de 4 anos, por conhecer o policial desde 1989. Os dois foram apresentados pelo coronel Adib Massad, PM com fama de “linha dura” que criou naquela época o GOF (Grupo de Operações de Fronteira), atual DOF (Departamento de Operações de Fronteiras).  

“Ele se aposentou e me pediu trabalho. Eu o conhecia desde 89, trabalhando em Dourados, no Departamento de Fronteiras. A gente precisava de uma pessoa para trabalhar na segurança e eu indiquei, como indicaria qualquer outro profissional”, explicou o deputado.

Zé Teixeira conta que não tinha relação de amizade com o PM e por isso, não faz ideia do que possa ter motivado a execução. “O conhecia profissionalmente, era sargento da PM, fez um bom trabalho. Mas, policial é sempre visado, infelizmente”.

O deputado avaliou a morte do profissional como “lamentável”. “É triste ver qualquer pessoa assassinada”, disse.

Na reserva, o sargento tinha salário de R$ 7.259,51 e com os descontos, recebeu em abril deste ano R$ 6.669,10, consta na última atualização do Portal da Transparência do Governo de Mato Grosso do Sul.

O policial ocupava o cargo de Gerente de Segurança e Polícia Legislativa da Assembleia. O presidente do Legislativo estadual, deputado Junior Mochi (MDB), decretou luto oficial de 3 dias.

Coronel Adib homenageado durante o evento em Dourados, em junho do ano passado (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)
Coronel Adib homenageado durante o evento em Dourados, em junho do ano passado (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)

Homenagem – Além de trabalhar na Assembleia Legislativa, o “homem do coronel Adib” foi homenageado em novembro do ano passado na Casa de Leis. O sargento recebeu a “Medalha Coronel PM Adib Massad”, honraria criada para valorização de profissionais da área, pessoas ou entidades que tenham prestado relevantes serviços à segurança pública no Estado.

Execução - O crime aconteceu na Avenida Guaicurus, no Jardim Moema, na madrugada desta segunda-feira (11). O sargento conduzia um Kia Sportage, de cor branca, que foi atingido por pelo menos 35 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556 – se contadas as marcas na porta do veículo.

A vítima seguia sentido bairro, quando foi interceptada pelos atiradores e atingida por vários disparos. Ele perdeu o controle da direção e derrubou o muro de um comércio. Ilson morreu na hora.

Segundo o delegado Hoffman D'ávilla, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, no asfalto, foram localizados 18 projéteis das duas armas utilizadas na execução, além de um carregador de calibre 556 e um extensor de coronha (equipamento para diminuir o impacto do fuzil).

Perícia trabalhando na cena do crime na manhã desta sexta-feira (Foto: Saul Schramm)
Perícia trabalhando na cena do crime na manhã desta sexta-feira (Foto: Saul Schramm)
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