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Capital

PM é dispensado de função de confiança 2 dias após assassinato

Hellison Netto Verão é suspeito de matar a tiro Helio Bonilha Santana após discussão no domingo

Por Ana Paula Chuva | 24/04/2025 16:23
PM é dispensado de função de confiança 2 dias após assassinato
Helisson é 3º sargento da Polícia Militar e não há informações se ele já se apresentou (Foto: Reprodução | Facebook)

Dois dias após o assassinato de Helio Bonilha Santana, 49 anos, o 3º sargento da PM (Polícia Militar), Hellison Netto Verão foi dispensado da função de confiança para a qual havia sido designado no dia 14 de abril deste ano. A publicação da liberação foi publicada no Diário Oficial do Estado dessa quarta-feira (23) e é assinada pelo coronel Renato dos Anjos Garnes, comandante-geral da corporação.

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O 3º sargento da Polícia Militar, Hellison Netto Verão, foi dispensado de sua função de confiança dois dias após ser apontado como autor do assassinato do encanador Helio Bonilha Santana, 49 anos, em Campo Grande (MS). O crime ocorreu no domingo (20), no Bairro Coronel Antonino, durante uma discussão familiar. Segundo testemunhas, o policial invadiu a residência da vítima e atirou contra ela na frente de seus quatro filhos. A dispensa do cargo de comandante de equipe no 1º Batalhão da PM foi publicada no Diário Oficial do Estado na quarta-feira (23). A Corregedoria-Geral da PM informou que vai instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Até o momento, não há informações se o policial se apresentou às autoridades.

No dia 14 de abril, Helisson foi designado para exercer a função de comandante de equipe de serviço no 1º Batalhão de Polícia Militar de Campo Grande. No entanto, ele foi dispensado do cargo na terça-feira (22), dois dias depois do assassinato do encanador. O crime aconteceu na manhã de domingo (20), no Bairro Coronel Antonino.

Texto publicado nessa quarta-feira diz que a dispensa é para fins de regularização funcional e tem validade a partir de 22 de abril. Antes, o militar ocupava a função de comandante de equipe de serviço na 4ª Companhia Independente de Polícia Militar de Chapadão do Sul. Em janeiro a transferência para o 1º BPM foi publicada no DOE, por “interesse próprio”.

Ao Campo Grande News, a Polícia Militar afirmou que o caso se trata de um possível crime comum, por isso, a responsabilidade da apuração é da Polícia Civil. No entanto, ressaltou que a Corregedoria-Geral da corporação já estava ciente dos fatos e providenciando a instauração do PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar).

“Maiores detalhes sobre a apuração e demais medidas no âmbito judicial dever ser obtidas junto à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A Polícia Militar ressalta que não coaduna com qualquer comportamento inadequado de seus integrantes”, finaliza a nota enviada na quarta-feira.

Já a Polícia Civil afirmou que ocorrências envolvendo outras forças policiais devem ser questionadas na própria corporação. A reportagem entrou em contato novamente via e-mail e aguarda o retorno para saber sobre a investigação do caso.

Não há informações se o policial se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar e nem à Polícia Civil. A reportagem tentou contato com o militar que afirmou apenas que o advogado entraria em contato, mas até o momento não houve resposta.

À reportagem, a família de Helio afirmou que está com dificuldades para confirmar as informações e está com medo de perseguição, já que o suspeito é policial. “A investigação segue sob sigilo. Estamos aguardando o cara se entregar e já acionamos um advogado também. Nos disseram para prestar depoimento na 2ª Delegacia, mas ainda não fomos intimados”, disse o filho do encanador.

PM é dispensado de função de confiança 2 dias após assassinato
Portaria confirmando dispensa de Hellison publicada no Diário Oficial (Foto: Reprodução)

Crime - A esposa de Helio contou que o homem estava reunido com ela, os quatro filhos e seus pais na residência na noite de ontem por conta do feriado de Páscoa. No entanto, em certo momento, o casal se desentendeu e começou a discutir. O barulho incomodou os vizinhos da casa ao lado e a mulher do suspeito começou a gritar pelo muro. Eles seriam familiares dos donos da residência.

“Estávamos num momento de nervoso. AI ela começou a xingar, chamar ele de machão, de covarde. E ele revidou gritando aqui de casa. Ela disse que ele era policial. Aí ele saiu de lá, entrou aqui sem falar nada. Entrou com a mão no peito do meu marido, sem falar nada, já atirando. Meu marido caiu lá na sala”, relatou Juscelene Rodrigues.

Os quatro filhos do casal de 21, 11, 8 e 3 anos, estavam no local e presenciaram o crime. A mulher contou que o marido foi levado para a unidade de saúde, no entanto, não resistiu ao ferimento e morreu. A polícia foi acionada e ao menos oito viaturas estiveram na residência. Segundo moradores da rua, o atirador não morava no local, ele era apenas amigo do dono da residência e que a vítima estava brigando com a esposa há mais de 40 minutos.

“Ele veio para matar. Foi uma grande covardia. Quero que ele pague né. Se ele for policial mesmo não pode ficar impune, não deveria fazer isso. Porque por mais que tenha sido no calor do momento, tem que pensar”, finalizou a esposa de Helio.

A discussão, de acordo com os vizinhos, estaria acontecendo por conta de ciúmes. Helio não teria gostado quando a esposa chegou em casa em carro de aplicativo. Os moradores da rua também disseram que as brigas entre o casal eram constantes.

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