ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Capital

“Se ele acordar, me entrega”, alegou serial killer sobre jogar vítima em poço

“Pedreiro assassino” foi interrogado, nesta terça-feira, em processo que investiga uma das 7 mortes confessas

Liniker Ribeiro | 16/03/2021 15:26
Cleber de Souza Carvalho, de 44 anos, ao sair de consultório de psiquiatra, onde passou por cosulta para exame de sanidade mental (Foto: Silas Lima/Arquivo)
Cleber de Souza Carvalho, de 44 anos, ao sair de consultório de psiquiatra, onde passou por cosulta para exame de sanidade mental (Foto: Silas Lima/Arquivo)

Após ter o depoimento adiado, Cleber de Souza Carvalho, de 44 anos, foi ouvido na tarde desta terça-feira (16), em audiência por videoconferência. O “pedreiro assassino”, que confessou a morte de pelo menos 7 pessoas, foi interrogado em processo que investiga a morte de Timóteo Pontes Roman. Ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Cleber confessou ter jogado a vítima em poço de residência, sem saber se estava viva ou morta.

“Falei, se ele acordar, vai pegar e chamar a polícia para mim. Não sei se estava vivo”, afirmou.

Preso no PCG (Instituto Penal de Campo Grande), Cleber foi ouvido por videoconferência e revelou detalhe da dinâmica que resultou na morte de Timóteo, encontrado no dia 16 de maio do ano passado, no poço da casa onde morava, na Vila Planalto..

O pedreiro contou que conhecia a vítima há cerca de 20 anos e que o crime teria sido cometido por causa de uma dívida. Segundo ele, o desenrolar do homicídio começou depois de o idoso o procurar perguntando sobre agiota e ter feito empréstimo de R$ 3 mil para emprestar a vítima.

“Ele não pagou, foi o que ocasionou o que aconteceu. Esse dinheiro eu emprestei no fim de 2017, dava 450 por mês. Ele falava que não tinha, que ia pagar depois, eu tirava do meu bolso e pagava para ele. ‘Seo’ Timóteo sempre falou que ia pagar, pagar, mas não pagava. Isso ficou dois anos, mais ou menos”, relatou Cleber.

No dia do crime, o pedreiro afirmou ter sido chamado pela vítima em casa, onde prometeu pagar pela dívida e também contratou os serviços do assassino. Segundo ele, dias antes, Timóteo havia solicitado reparos na calçada de sua casa, por isso, na ocasião, ele foi até o endereço da vítima com ferramentas.

“Eu fui para fazer o serviço da calçada, que eu tinha combinado com ele. Era para o material estar lá, areia e cimento. Abriu o portão, mandou eu colocar as ferramentas, levei para o fundo, falou que não tinha comprado os produtos, mas falou que tinha outro serviço”, afirma.

Enquanto a vítima apresentava outra demanda ao pedreiro, a dívida com o agiota voltou a ser assunto entre os dois, conforme relato em depoimento. “Na hora que eu perguntei do dinheiro, falou ‘eu não tenho agora’, começamos a discutir. Ai ele falando, falando, foi reclamar da vida, falei que eu também tenho minhas coisas, devo e tenho que pagar, me xingou, eu xinguei ele, perdi a cabeça e dei duas pauladas nele”, explica.

Segundo Cleber, o objeto usado para agredir a vítima foi um cabo de uma das ferramentas. “O carrinho [de ferramentas] na hora eu puxei, poderia ter sido qualquer ferramenta, a pá, ou a inchada, qualquer coisa”, afirmou o autor.

Sobre os golpes, Cleber contou ter desferido o primeiro com a vítima de lado, próxima a ele. A segunda foi enquanto Timóteo caia. “Depois que ele foi caindo, tinha umas latas em cima do posso, empurrei a tampa, ‘desculpa’ a palavra, vou terminar de matar logo, pensei assim e joguei ele lá dentro”, afirma.

A versão apresentada ao juiz também foi defendida por Cleber ao promotor Douglas Oldegardo e aos advogados de defesa Dhyego Fernandes e Vinicius Teixeira.

Ao promotor, Cleber confirmou que não sabe dizer se a vítima estava viva, quando foi jogada no posso. “Eu não tinha noção do que estava acontecendo na hora”.

À defesa, o assassino disse que estava "meio perturbado" pela morte de José Leonel Ferreira dos Santos, um dia antes. "Sai de lá e fui na casa do Leonel, tinha tido um atrito com ele na sexta-feira, fui lá e enterrei o corpo do Leonel".

Nos siga no Google Notícias