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NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 33º

Capital

Se todo mundo está com frio, imagine como é no bairro mais gelado da Capital

Dependendo da região, temperatura pode variar 2 graus, sem contar sensação térmica

Adriel Mattos | 29/07/2021 08:33
Por estar em uma parte alta da Capital, Nova Lima sente mais os efeitos do frio. (Foto: Paulo Francis)
Por estar em uma parte alta da Capital, Nova Lima sente mais os efeitos do frio. (Foto: Paulo Francis)

Quando no início do mês, o empresário Aurínio Pedrozo contou que viu geada em Campo Grande, nem meteorologista acreditou. Mas era verdade.  Enquanto todo mundo bate o queixo pela onda de frio, no Nova Lima, Aurínio treme ainda mais.

A explicação para frio mais intenso está na altitude, um dos pontos que mais influencia na sensação térmica. “Quanto mais alto o lugar, mais baixas podem ser as temperaturas. Por isso, em Ponta Porã e Chapadão do Sul, que estão em regiões altas, o frio é mais intenso”, explica o meteorologista Natálio Abrahão.

Na manhã de ontem (28), o Instituto Climatempo registrou 9ºC na região do Nova Lima, enquanto a média de Campo Grande era 13ºC. Sem contar com a sensação térmica muito inferior, a contar com o vento que varia de acordo com a região.

Auríneo mostra onde gelo se formou. (Foto: Paulo Francis)
Auríneo mostra onde gelo se formou. (Foto: Paulo Francis)


No início do mês, Aurínio enviou pelo Direto das Ruas, fotos de geada na região do bairro Nova Lima, região norte.

O empresário mora em uma propriedade rural próxima à Reserva Santa Inês, onde está há 11 anos, e há três não via geada. “Acordei às 4h30 para molhar as plantas e estava escuro, então não vi nada. Quando começou a amanhecer, lá pelas 5h, é que vi tudo branco”, lembra.

Ele conta que a topografia da região é o que mais ajuda no clima mais ameno ali nos dias quentes. “Aqui tem uma forma elíptica, como se fosse uma bacia. Quando a cidade tá com 30ºC, lá na Avenida Afonso Pena, aqui está 25ºC. Aqui dificilmente se sente aquele calor abafado”, explica.

Para se proteger desse frio, Aurínio aposta no fogão à lenha e em chás. “Temos eucalipto para a lenha e as plantas nos dão chá”, frisa.

Mas não precisa estar no mato para sentir frio no Nova Lima, dizem os moradores. “De manhã, é bem frio. Moro aqui há dez anos e sempre senti mais frio por aqui”, conta a estudante Aline Almeron, de 35 anos.

Marlene aumentou os lucros vendendo toucas e meias. (Foto: Paulo Francis)
Marlene aumentou os lucros vendendo toucas e meias. (Foto: Paulo Francis)


Mais quente? - A realidade do Jardim São Conrado, na região sul, já é diferente. Por estar em uma parte mais baixa, a informação da meteorologia é que o frio por ali tem nuance menos intenso. Mas os moradores duvidam disso.

“Eu acho que aqui é uma região alta, então parece ser mais frio”, comentou a vendedora Marlene Pereira Fernandes, de 58 anos. Tanto que ela passou a vender meias e toucas ao lado das máscaras.

“Há dois meses, comecei a vender meias. É o que mais sai, meia, touca e luva. Tinha 40 toucas, só sobrou uma. Meia, que cada pacote vem meia dúzia, vendi 30 pacotes”, disse.

Carolane Melo, de 21 anos, atualmente desempregada, morava em Sidrolândia e diz que a cidade distante 71 quilômetros da Capital é mais fria. “Aqui em Campo Grande não vejo diferença [entre bairros]. Mas lá em Sidrolândia era muito frio”, resume.


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