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Capital

Sem verba, equipe apela à criatividade na 1ª reforma do Horto em 10 anos

Ricardo Campos Jr. | 06/04/2015 16:58
Algumas guaritas já ganharam cores novas (Foto: Fernando Antunes)
Algumas guaritas já ganharam cores novas (Foto: Fernando Antunes)
Parte do espelho d'água já foi limpa (Foto: Fernando Antunes)
Parte do espelho d'água já foi limpa (Foto: Fernando Antunes)

Dificuldades financeiras fazem com que a Prefeitura de Campo Grande desenvolva a criatividade e use mão de obra própria na revitalização do Horto Florestal. Um dos cartões postais da cidade já exibe os primeiros sinais das obras com novas cores nas grades e arcos das guaritas. Os trabalhos começaram há duas semanas e devem durar pelo menos três meses.

O coordenador dos serviços, Valdir Gomes, considera positiva a economia gerada ao evitar a contratação de uma empresa especializada. Segundo ele, o projeto chegou a ser orçado em R$ 1,5 milhão para ser executado por empreiteira. Entretanto, foi preciso licitar apenas o material.

“Com isso, conseguimos reduzir os custos para em torno de R$ 400 mil, muito aquém do previsto”, afirma. Foram comprados azulejos para os banheiros, pedras portuguesas para o pátio, motor para filtragem no espelho d’água, telhas, vigas, tintas, entre outros.

Valdir conta que a ideia inicial era lavar e passar verniz nos tijolos que compõem as fachadas do parque. Entretanto, os anos sem manutenção fizeram com que a sujeira e o mofo impregnassem no material, tornando necessária a pintura. “Não tem como limpar. É um tijolinho cru. Como não cuidou, o mofo se infiltrou dentro dele”, relata.

Vigas que sustentavam pergolado estão podres e serão substituídas (Foto: Fernando Antunes)
Vigas que sustentavam pergolado estão podres e serão substituídas (Foto: Fernando Antunes)

Planos – Uma das primeiras iniciativas foi a limpeza do espaço. “Nós tiramos mais de vinte caminhões de sujeira. Lá dentro havia árvores podres, condenadas, mortas, que podiam cair na cabeça das pessoas”, explica o coordenador.

Alguns banheiros já receberam novos revestimentos e louças. “Estava uma podridão. Não tinham vasos e estavam fechados há anos”, conta. As antigas portas de ferro, maioria delas enferrujada, foram removidas e devem ser substituídas.

Os pedaços de madeira que formavam um pergolado logo abaixo da biblioteca foram todos retirados, porque estavam podres e não puderam ser reaproveitados. O espelho d’água está sendo limpo. As pastilhas que estiverem quebradas devem ser substituídas, assim como as pedras na borda.

Por hora, o piscineiro que atende o Vovó Ziza, segundo Valdir Gomes, está cuidando da limpeza, já que o fundo está coberto de sujeira. Quando estiver pronto, o chafariz voltará a funcionar e terá uma iluminação semelhante ao da praça Ari Coelho, afirma o coordenador.

O parquinho deverá ser refeito. A lanchonete receberá novas telhas e estrutura de madeira. Assim que estiver pronta, uma nova licitação para ocupar o espaço deve ser feita. A iluminação será substituída. A passarela será pintada novamente. O orquidário será revitalizado, mas para funcionar, depende de parceria com alguma instituição.

Cozinheira aprova novas cores e intervenção no Horto (Foto: Fernando Antunes)
Cozinheira aprova novas cores e intervenção no Horto (Foto: Fernando Antunes)

Aprovado – A cozinheira Janira dos Anjos Figueiredo, 64 anos, gostou das novas cores do local, que na opinião dela há muito tempo precisava de uma atenção por parte do poder público. “Estava abandonado. A obra está dando uma aparência melhor. Se continuar assim, está de parabéns”, afirma. Ela espera que haja segurança para evitar ação de vândalos. “Tem que colocar gente para cuidar, senão vai ser tudo estragado de novo”, diz.

A mesma opinião tem a dona de casa Vera Lúcia Brito, 54 anos. “Para mim, está ficando ótimo. Há muito tempo estava precisando de uma reforma, mas também tem que ter polícia. O vandalismo acaba com tudo”, diz.

Valdir Gomes garante que haverá presença da Guarda Municipal cuidando o local, além de monitores nas guaritas e auxiliando os freqüentadores nas pistas de caminhada.

História - A área com mais de seis hectares, segundo informações da Prefeitura de Campo Grande, abrigava um matadouro. Ela foi transformada em parque no dia 11 de janeiro de 1923 pela Câmara de Vereadores, na gestão do prefeito Arlindo de Andrade Gomes.

Entregue aos cuidados de Antônio de Albuquerque, antigo funcionário da prefeitura, a partir de 1956 recebe o nome de Horto Florestal e passa a ser usado como sede do Serviço de Parques e Jardins do município. Sua função era produzir mudas de árvores para a arborização de Campo Grande e cidades vizinhas. A atual estrutura foi entregue em maio de 1995 pelo então prefeito Juvêncio César da Fonseca.

Local onde funcionava lanchonete está deteriorado e também será revitalizado (Fotos; Fernando Antunes)
Local onde funcionava lanchonete está deteriorado e também será revitalizado (Fotos; Fernando Antunes)

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