Semanas antes de operação, empresário "debochou" da Receita Federal
Renier de Souza Pinheiro é dono de uma das lojas alvos da ação nesta sexta-feira e fez postagem no Instagram
Alvo da Operação Ligação Familiar, o empresário Renier de Souza Pinheiro, dono da Sim Imports ou Universo do Celular, localizada na Rua Ceará, bairro Jardim dos Estados, chegou a publicar um vídeo debochando da Receita Federal. A postagem foi feita há 11 semanas no Instagram. Nesta sexta-feira (3), a loja dele recebeu a "visita" dos auditores, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão.
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Empresário investigado por contrabando debochou da Receita Federal em vídeo publicado no Instagram, onze semanas antes de ser alvo da Operação Ligação Familiar. Na gravação, Renier de Souza Pinheiro exibia maços de dinheiro enquanto dirigia. A operação, deflagrada pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, investiga grupo suspeito de movimentar R$ 290 milhões com contrabando e emissão de notas fiscais falsas. A empresa de Pinheiro, Sim Imports, negou as acusações em nota oficial.
Na gravação, ele usa um trecho da música ‘Batendo na Porta do Céu’, interpretada pelo cantor Zé Ramalho. “Mãe, guarda esses revólveres pra mim. Com eles nunca mais vou atirar.” A imagem mostra um homem dirigindo pela rodovia e, no banco do passageiro do veículo, há 14 bolos de dinheiro – notas de R$ 100 e R$ 50.
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Na imagem, Renier escreveu: “Minha mãe me liga falando que a Federal tá lá em casa me esperando. Eu:”. E na legenda diz: “Esse vídeo mostra exatamente o que muitos pensam que a Receita Federal Enxerga sobre quem vende celular ou tem loja de celulares”.
Em seguida, ele continua afirmando que a realidade é diferente e pontua que os empresários geram empregos, pagam impostos, aluguel, luz e água, e enfrentam uma série de compromissos e responsabilidades diários.
“Não é só ‘vender celular’, é empreender, é correr risco, é lutar todos os dias para manter um negócio de pé nesse país”, finaliza.
Operação – Renier é apontado como um dos integrantes do grupo-alvo da Operação Ligação Familiar. Segundo a Receita Federal, ele, junto com o irmão Renan de Souza Pinheiro e outros três empresários, teria movimentado mais de R$ 290 milhões com contrabando e teria emitido ao menos R$ 18 milhões em notas frias.
As equipes da Equipes da PF (Polícia Federal), da RF (Receita Federal) e do MPF (Ministério Público Federal), cumpriram hoje dez mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. A lista de alvos tem os irmãos e Marcos Freire Junior, Wanderson Lorais Salviano da Silva e Dyegho Magno Miranda Amarilho.
De acordo com a investigação, a rede de empresas é vinculada a um grupo dos irmãos e amigos próximos. Elas se destacam pela emissão de notas fiscais inidôneas, notas frias, que são utilizadas para acobertar a comercialização e o transporte de mercadorias, seja por transportadoras ou Correios.
Participam da operação 14 auditores-fiscais, 29 analistas-tributários e 29 policiais federais. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.
Outro lado – Também no Instagram, a Sim Imports postou nota de esclarecimento afirmando que os aparelhos comercializados na loja são acompanhados de nota fiscal, com entrada e saída registradas.
“Reforçamos nosso compromisso com a transparência, segurança e confiança em cada negociação, oferecendo sempre produtos de procedência garantida”, diz a nota.
A empresa continua dizendo que repudia as afirmações “incabíveis e mentirosas”, feitas contra ela, e que não aceita informações falsas que manchem a credibilidade da loja, “construída com muito trabalho e dedicação”, finaliza a postagem.
O advogado Cairo Frazão acompanhou as buscas na loja de Marcos Freire. Ele afirmou que o cliente se tornou alvo por conta de uma antiga sociedade com os irmãos e os outros dois empresários.
“Teve essa sociedade mesmo, com cinco sócios. Mas houve a dissolução e, depois, cada um abriu seu próprio negócio. Porém, os nomes ficaram vinculados aos CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) anteriores. A defesa entende que foi isso que gerou a vinculação do nosso cliente. Mas estamos trabalhando para mostrar que não tem nada de errado”, alegou o defensor, explicando que nada foi levado do local.
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