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Capital

Servidor é alvo de ação por liderar esquema de agiotagem milionário há décadas

Conforme investigação, "rede criminosa" de PM da reserva movimentou mais de R$ 63 milhões em 13 anos

Anahi Zurutuza | 18/08/2021 13:17
Um dos endereços visitados por policiais da Dracco nesta manhã. (Foto: Dracco/Divulgação)
Um dos endereços visitados por policiais da Dracco nesta manhã. (Foto: Dracco/Divulgação)

Com salário declarado de R$ 2,8 mil, policial militar da reserva, de 57 anos, movimentou pelo menos R$ 2,2 milhões em cerca de 16 contas bancárias vinculadas ao seu CPF, no período de 1 ano. Este é um dos detalhes apurados pelo o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) de Mato Grosso do Sul, por meio do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, que nesta manhã, deflagrou operação em busca de provas contra o servidor aposentado, principal alvo da investigação, por coordenar esquema familiar milionário de agiotagem.

Ainda conforme as apurações, a organização, formada por 9 pessoas e 5 empresas, opera, há pelo menos, duas décadas em Campo Grande e movimentou em 13 anos, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2013, montante que ultrapassa R$ 63 milhões.

Segundo o Dracco, para ocultar a origem do dinheiro obtido através da cobrança exagerada de juros para os empréstimos informais, o servidor aposentado usava contas bancárias dele e da “rede de familiares e outros cúmplices”, empresas de fachadas e operações no mercado imobiliário (compra e venda de imóveis).

Outra casa visitada pela operação. (Foto: Dracco/Arquivo)
Outra casa visitada pela operação. (Foto: Dracco/Arquivo)

Avarum – Nesta manhã, equipe da Dracco foi às ruas de cinco bairros da Capital – Carandá Bosque, Novos Estados, Vila Jacy, Centro e Pólo Industrial Norte – para cumprir 7 mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas aos investigados. A Operação Avarum também conseguiu ordens expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande para bloqueio de contas bancárias de 7 pessoas e duas empresas e de bens – veículos e imóveis.

Foram apreendidos aparelhos de telefonia celular, computadores, notebooks, HDs, pen drives, documentos, além de 9 veículos avaliados em quase R$ 1 milhão, e ainda duas armas de fogo. Um dos sócios de empresa alvo foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de uso permitido, porque estava com pistola 9 mm na cintura sem ter licença para tal.

De acordo com o Dracco, os investigados responderão pelo crime de usura (artigo 4º, da Lei 1.521/51), “quando comprovada a abusividade dos juros cobrados nas operações de empréstimo”. Se condenados, os alvos podem pegar de 6 a 18 anos de prisão.

O termo Avarum, que batizou a operação, significa lucro exagerado, obtido da ganância ou ganho indevido.

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