Servidora alvo de operação foi afastada e responde a processo, diz Detran
Suspeita de irregularidades surgiu há cerca de 1 ano e foi apurada pela Corregedoria de Trânsito antes
A servidora do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) Elena Alarcon, alvo da Operação Gravame, deflagrada pela Polícia Civil, em Bela Vista, cidade a 324 quilômetros de Campo Grande, já foi afastada de suas funções e responde a processo administrativo disciplinar, segundo o órgão em nota enviada nesta quarta-feira (14).
“A servidora alvo da investigação foi afastada preventivamente de suas funções tão logo foi confirmado o seu envolvimento no esquema e responde Processo Administrativo Disciplinar, passando a exercer apenas serviços administrativos, sem acesso ao sistema do Departamento Estadual de Trânsito”, disse o órgão.
Segundo a nota do Detran, o inquérito foi instaurado pela Polícia Civil a partir de apuração iniciada há mais de um ano pela Corregedoria de Trânsito do órgão, quando as suspeitas das irregularidades surgiram na agência da cidade. Quando tudo foi confirmado, o material foi encaminhado para a Delegacia de Bela Vista, que deu início à investigação.
“O diretor-presidente do Detran, Rudel Trindade, enfatiza que não compactua com nenhum tipo de irregularidade praticada por agente externo ou interno (servidores), e que comprovada a irregularidade os envolvidos estão sendo e serão punidos de acordo com a Lei”, finaliza o documento.
Conforme pelo Campo Grande News, Elena é assistente de vistoria e identificação veicular e desde 2014 era autorizada a assinar documentos de licenciamento e registro. A reportagem tentou contato com a servidora via redes sociais e aguarda o retorno.
Operação – Elena é suspeita de receber propina para realizar transferências irregulares de veículos. Em oito meses, a mulher recebeu pelo serviço cerca de R$ 30 mil. As investigações apontaram que os automóveis e caminhões vinham de outros estados, eram encaminhados para o Detran de Bela Vista e, em seguida, com a participação da servidora, tinham os cadastros alterados, mesmo sem nunca terem circulado ou passado por vistoria.
Ela também realizava transferência de carretas para inclusão fraudulenta do 4º eixo nas especificações dos veículos, trâmite que, normalmente, depende de um engenheiro e de aprovação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Quatro despachantes são suspeitos de pagarem para que a mulher realizasse as transferências irregulares. Em oito meses, a suspeita movimentou mais de R$ 200 mil durante a ação criminosa e recebeu R$ 30 mil de propina.
Conforme apurou o Campo Grande News, na manhã de hoje, na Vila Bandeirantes, na Capital, policiais da 5ª Delegacia de Campo Grande cumpriram mandado de busca e apreensão em uma empresa de despachante. No local, os investigadores apreenderam documentos. Um outro mandado teria sido cumprido na Avenida Rachel de Queiroz, Bairro Aero Rancho.
As investigações contaram com o apoio de equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações).
