Sesau diz que prepara plano para diminuir fila de 5 mil em consulta psiquiátrica

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, afirmou que a prefeitura de Campo Grande prepara uma ação para atender crianças e adultos que esperam pela primeira consulta com psiquiatra.

"Nós teremos várias ações ao longo do ano. O primeiro é a psiquiatria, a fisioterapia já aconteceu, a angiologia teremos, e vai ter outras especialidades", incluiu. A secretária não adiantou em quais datas e locais os pacientes dos psiquiatras começarão a ser atendidos.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) atualizou o tamanho da fila da psiquiatria em 21 de janeiro. São 4.104 pacientes adultos e 1.065 crianças esperando por consulta, totalizando 5.169. A pasta tem um plano para reduzi-la.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pressiona para que os pacientes sejam atendidos no prazo de 100 dias, e conseguiu decisão judicial favorável para obrigar a prefeitura a fazer isso com o plano que foi apresentado, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Hoje (5), o órgão tornou oficial um processo interno aberto para acompanhar a solução.

Medidas do plano - A pasta se comprometeu a fazer de imediato uma "higienização" da lista de espera, chamando para uma consulta de avaliação todos os pacientes. A ideia é limpar a lista, excluindo aqueles que devem ser atendidos por outros especialistas ou que mudaram de cidade, por exemplo.

Depois, eles farão a primeira consulta com psiquiatra no Caps (Centro de Assistência Psicossocial) mais próximo de casa.

A médio prazo, a Sesau pretende reinstalar Caps II no município para melhorar a ampliar o atendimento na psiquiatria. Esse tipo de unidade oferece atendimento diário com equipe de psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e outros profissionais. "É mais humanizado e completo" em comparação ao modelo de Caps que está em funcionamento hoje na Capital, segundo a Sesau.

A longo prazo, a prefeitura espera contar com psiquiatras para atendimento ambulatorial no futuro Hospital Municipal de Campo Grande. O prédio ainda não existe, mas é objeto de licitação que está em andamento. Ele deve ser entregue dois anos após o início da obra.

Mais sugestões - Em reunião realizada ontem (4), o Conselho Municipal de Saúde discutiu estratégias mais ágeis e mais viáveis para executar o plano e as escreveu num documento enviado à Sesau.

A entidade concorda com a revisão da fila e que, primeiro, os pacientes sejam enviados para os Caps para fazer a consulta inicial. Após, propõe que a Sesau promova teleatendimento e mutirões de consultas.

Proposta adicional é contratar mais médicos para atenderem em unidades básicas de saúde, sejam eles psiquiatras ou médicos de outras áreas especializados em saúde mental.

A pasta tem 30 dias para avaliar as propostas e responder ao conselho se vai adotar ou não.

Só cresce - O número de pacientes à espera saltou de cerca de 3,5 mil para 5 mil em aproximadamente seis meses, também de acordo com dados apresentados pela Sesau. O primeiro diz respeito a julho e agosto do ano passado, o segundo é o mais recente. O aumento foi de 42% no intervalo.

Coordenador adjunto do Conselho Municipal de Saúde e psicólogo da rede pública, Paulo de Carvalho avalia que a tendência é a fila para atendimento psiquiátrico continuar grande, mesmo que o plano tenha efeito.

A alta demanda é realidade desde a pandemia de covid-19. No primeiro ano da emergência global, a casos de ansiedade e depressão aumentaram cerca 25% no mundo, de acordo com estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Para Paulo, a prefeitura poderia ter evitado a fila chegar aos atuais 5 mil pacientes. "Se acontece desde 2019, já poderia ter se preparado. Existem medidas preventivas e o conselho poderia ajudar nisso", afirmou.

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