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Capital

“Só tenho a roupa do corpo”, diz moradora e perdeu tudo em incêndio

Fogo atingiu 7 barracos nesta quinta-feira na comunidade e famílias perderam tudo

Gabrielle Tavares e Geniffer Rafaela | 25/08/2022 15:57



Incêndio que atingiu a comunidade Cidade de Deus, em Campo Grande, nesta quinta-feira (25) consumiu sete barracos e algumas famílias ficaram apenas com a roupa que vestiam.

Foram necessários 17 mil litros de água para controlar o incêndio, de acordo com o Capitão Quintana, do Corpo de Bombeiros. Segundo os moradores, as chamas começaram por volta das 11h30 e os militares demoraram cerca de uma hora para chegar no local. Enquanto isso, a população tentou amenizar as chamas, mas sem sucesso.

“Eu estava no trabalho, na hora do almoço, quando me ligaram me avisando que meu barraco estava pegando fogo. Vim correndo ver o que podia fazer”, explicou a moradora Adriana dos Santos, 46 anos. Ela mora com os três filhos no local, mas todos estavam na escola no momento do incêndio.

“O fogo consumiu tudo, não tenho mais documento, roupa, só tenho essa roupa que tô no corpo, porque eu estava trabalhando com ela”, disse, desesperada.

Incêndio já controlado na Cidade de Deus. (Foto: Geniffer Rafaela)
Incêndio já controlado na Cidade de Deus. (Foto: Geniffer Rafaela)

Apesar dos danos materiais, ninguém teve ferimentos graves. Apenas uma menina de 17 anos ficou com o braço queimado ao tentar apagar as chamas e uma família perdeu uma cadela filhote, chamada Michelle, que ficou presa em um dos barracos.

“Só pensei em salvar as crianças, depois os cachorros. Tinha seis pessoas dentro do barraco quando começou a pegar fogo, começou pela janela do quarto. Primeiro a gente tentou apagar, mas subiu para o teto e todo mundo saiu correndo, nisso a cachorrinha ficou lá dentro”, relatou a moradora Silvia Vitória Ferreira, de 22 anos.

A auxiliar de cozinha Gleice Kelli Ferreira, 33 anos, também estava trabalhando e foi correndo até o local quando ficou sabendo. Dois de seus cinco filhos estavam na escola, os outros presenciaram as chamas, mas apenas a filha de 17 anos teve ferimentos no braço ao tentar apagar o fogo.

“Todo mundo que estava aqui se mobilizou para apagar o fogo, até os trabalhadores que estavam construindo as casinhas correram para ajudar. Foi feio mesmo, até os bombeiros choraram com o estrago”, ressaltou.

Os barracos que queimaram ficavam atrás das casas que estão sendo construídas pela Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). A causa do incêndio ainda está sendo apurada pelos militares, mas a suspeita dos moradores é que tenha sido ocasionado por um curto-circuito em uma fiação irregular no local.

Trator revirou a terra para resfriar o solo e amenizar fumaça. (Foto: Geniffer Rafaela)
Trator revirou a terra para resfriar o solo e amenizar fumaça. (Foto: Geniffer Rafaela)

A administradora da Credial, Flávia Lovas, empresa terceirizada responsável pela construção das casas da Amhasf, explicou que são 98 casas no total. Como as famílias atingidas pelo incêndio não têm para onde ir, a empresa autorizou eles a ficarem nas casas inacabadas até conseguirem outro local. A Defesa Civil também foi até o local para prestar serviço aos moradores que perderam tudo.

Para conter a fumaça, que tomou conta de toda a comunidade, os Bombeiros reviraram a terra para que ela fosse resfriada. “Esse processo é feito para que não volte a pegar fogo e para que a fumaça cesse e os moradores não inalem a fumaça, que é tóxica”, completou o Capitão Quintana.

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