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Capital

STF livra de novo júri jovem de MS que matou taxista com 38 facadas em Portugal

Weslley Primo, de 26 anos, foi absolvido em 2017 porque jurados entenderam que ele agiu por legítima defesa

Anahi Zurutuza | 01/06/2021 15:41
STF livra de novo júri jovem de MS que matou taxista com 38 facadas em Portugal
Weslley durante depoimento, na manhã do dia 8 de julho de 2017, no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande (Foto: André Bittar/Arquivo Campo Grande News)

Com novo júri marcado para o dia 10 deste mês, o campo-grandense Weslley Ribeiro Primo, de 26 anos, se livrou de ser novamente julgado por assassinato cometido em Lisboa, Portugal. Em junho de 2017, ele foi absolvido porque jurados entenderam que ele agiu em legítima defesa ao esfaquear o taxista Virgílio da Silva Cabral, 66 anos, 38 vezes.

O caso foi julgado na Capital em processo inédito de cooperação internacional. Wesley cometeu o crime em 4 de maio de 2014. Dias depois, ele deixou o país europeu e voltou para o local onde nasceu, no Bairro Aero Rancho, na zona sul de Campo Grande, onde foi preso em 27 de julho de 2015.

A absolvição foi anulada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e o caso foi parar, então, no Supremo Tribunal Federal. Consta em despacho do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que habeas corpus no STF, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, restabeleceu “a sentença absolutória”.

“Apesar de ainda não ser possível consultar o inteiro teor da referida decisão [STF], entendo por bem retirar o presente processo da pauta de julgamentos”, informou Garcete em decisão do dia 28 de maio deste ano.

STF livra de novo júri jovem de MS que matou taxista com 38 facadas em Portugal
Corpo de taxista na casa da vítima em Lisboa (Foto: Reprodução do processo)

O caso - A vítima foi atingida no couro cabeludo, face, pescoço, tórax, abdômen e ombro direito e acabou com ferimentos na medula vertebral, veia jugular e artéria subclavicular, o que o levou morte.

Weslley alegou legítima defesa. Disse que conhecia a vítima há cerca de dois meses, e que ele e seus amigos sempre chamavam o taxista de 66 anos para fazer corridas quando saiam para aproveitar a noite na Capital portuguesa.

No dia da morte, Virgílio, por estar de folga, convidou o campo-grandense para sair. O ponto de encontro foi uma praça em Lisboa e eles iriam encontrar outros amigos do rapaz, porém o taxista disse que precisava passar em casa para trocar de roupa. Segundo o jovem, a vítima o assediou, passando a mão em suas pernas.

Weslley narra que recusou a investida e então foi ameaçado com uma faca pelo taxista, momento em que os dois começaram a brigar. Ele sustentou que agiu porque o idoso ameaçou sua "integridade física e dignidade sexual", ao tentar manter relações sexuais com ele a força.

O campo-grandense acabou denunciado por homicídio qualificado por meio cruel. No dia 20 de julho de 2015, teve a prisão preventiva decretada, mas acabou solto em 23 de maio de 2016, quando passou a responder o processo em liberdade.

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